Culto ecumênico marcará uma semana de massacre em Suzano

Culto ecumênico marcará uma semana de massacre em Suzano

Sessões de acolhimento ajudam estudantes e funcionários da escola a retomar rotina

Agência Brasil

Dez mortos, entre funcionários, estudantes e os atiradores, foram velados coletivamente na semana passada

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O tiroteio na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano (SP), que chocou o país e ainda desperta perguntas sem respostas, completa uma semana nesta quarta-feira. Em homenagem aos dez mortos e 11 feridos, haverá um culto ecumênico no pátio do colégio. Lentamente, há um esforço para retornar à normalidade, as salas de aula estão abertas para os alunos que desejarem participar das sessões de acolhimento.

Estudantes e profissionais de outras escolas estaduais preparam cartazes com desenhos e cartas com mensagens e paz, amor, esperança, união, como forma de acolhimento aos que voltarão a frequentar a Raul Brasil. No último dia 13, durante o intervalo das aulas, por volta das 9h30 a tragédia começou. Dois atiradores, um deles menor de idade, entraram no colégio e atacaram estudantes e funcionários usando armas de fogo, uma machadinha e uma "besta" (arma do tipo medieval que parece arco e flecha).

A polícia calcula que o ataque durou alguns minutos e só parou porque os policiais entraram na escola e cercaram os atiradores. Pelas investigações, um dos autores da tragédia atirou contra o segundo, matando-o, e depois suicidou-se. 

Vítimas

Os dez mortos – uma coordenadora pedagógica, uma funcionária, seis estudantes e os dois atiradores – foram velados coletivamente. Os feridos foram levados para diferentes hospitais. Até a última terça-feira, havia ainda pacientes internados em São Paulo para onde foram levados os que precisavam de cuidados especiais.

Sobreviventes relataram ter vivido momentos de terror enquanto os atiradores estavam no colégio. Ainda sob trauma, muitos afirmam não conseguir esquecer o que passaram. Para apoiar os estudantes, professores e funcionários, foi organizado um esquema de atendimento psicossocial especializado com equipes do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) da prefeitura de Suzano, psicólogos e assistentes sociais.

A direção da Escola Estadual Professor Raul Brasil avalia em conjunto com a Secretaria de Educação de São Paulo sobre o melhor momento de retomar as aulas regulares. Paredes, portas e alguns detalhes da fachada do colégio estão sendo modificados. Muitas portas foram destruídas pelos tiros e golpes de machado. Um terceiro suspeito foi apreendido ontem. A polícia investiga o envolvimento dele no planejamento do crime.

Indenizações

Um comitê executivo, criado pelo governo de São Paulo, vai coordenar o pagamento de indenizações para as famílias das vítimas. Na semana passada, o governador do estado, João Doria, disse que o valor da indenização será definido pela Procuradoria-Geral de São Paulo e deve ser de aproximadamente R$ 100 mil para cada família. Segundo Doria, a indenização deve ser paga em até 30 dias. De acordo com ele, até 15 de abril, as famílias dos estudantes e das duas funcionárias da escola vão receber as indenizações.


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