Defensoria Pública do Rio Grande do Sul divulga nota sobre o caso da morte de João Freitas

Defensoria Pública do Rio Grande do Sul divulga nota sobre o caso da morte de João Freitas

Instituição assegura que “que não haverá qualquer espécie de tolerância, permissividade ou conivência com o racismo”

Correio do Povo

Defensoria Pública do Rio Grande do Sul divulgou nota sobre morte de João Freitas em um hipermercado de Porto Alegre

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“Morreu. Morreu porque era negro”. Assim a Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul abriu nota oficial sobre o episódio da morte de João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, ocorrida na noite de quinta-feira, e prestando condolências à família da vítima. Beto, como era conhecido, foi espancado até a morte dentro de um hipermercado da zona Norte de Porto Alegre.

“Embora o caso ainda esteja sob investigação, as imagens de extrema violência veiculadas na imprensa e em redes sociais falam por si. É inadmissível que um brutal homicídio nas condições visualizáveis, com nítidos contornos racistas, seja tolerado em um Estado Democrático de Direito. Os fatos exigem da sociedade gaúcha explícitas e públicas manifestações de indignação, frente ao nítido crime de ódio perpetrado por dois homens brancos”, posicionou-se.

“A situação e seu contexto são de extrema gravidade e a Defensoria Pública, como expressão e instrumento do regime democrático, assevera que não haverá qualquer espécie de tolerância, permissividade ou conivência com o racismo, expresso letalmente no caso concreto. Negras e negros possuem o direito de viver e existir como sujeitos de direitos e a Defensoria Pública não medirá esforços para a concretização de tais garantias cidadãs e, acima de tudo, para abolir qualquer forma de discriminação racial. O homicídio de João causa consternação e tristeza e, observado o devido processo legal e a ampla defesa, não ficará impune, para o bem da história da sociedade gaúcha e do Brasil”, concluiu.


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