Denunciadas seis pessoas por tortura e extorsão em supermercado de Canoas

Denunciadas seis pessoas por tortura e extorsão em supermercado de Canoas

Vítimas foram acusadas de furtar pacotes de picanha e espancadas por cerca de uma hora, em outubro do ano passado

Rádio Guaíba

De acordo com a representação, os denunciados constrangeram as vítimas com emprego de violência e ameaça grave

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O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) em Canoas denunciou seis pessoas por tortura e extorsão contra dois homens acusados de ter furtado pacotes de picanha em uma loja do supermercado Unisuper, no bairro Marechal Rondon, em 12 de outubro do ano passado.

De acordo com a representação, os denunciados constrangeram as vítimas com emprego de violência e ameaça grave. Na denúncia, o promotor Maurício Trevisan também sustenta que os citados – policiais militares e funcionários do estabelecimento – submeteram as vítimas, sob o poder e autoridade deles naquele momento, a sofrimento físico e mental intenso, como forma de castigo pessoal e medida de caráter preventivo.

Em 15 de dezembro, a Polícia Civil havia indiciado sete pessoas no caso – seis pelo crime de tortura e uma por omissão -, mas um dos militares faleceu.

Foram responsabilizados o ex-gerente do estabelecimento, Adriano Dias, o primeiro-tenente da reserva Gilmar Cardoso Rodrigues (falecido em março) e os soldados Gustavo Henrique Inácio Souza Dias e Romeu Ribeiro Borges Neto. Outros dois funcionários não tiveram os nomes revelados pela corporação. Já o ex-subgerente da loja, Jairo da Veiga, também denunciado, havia sido inicialmente indiciado por omissão.

Os agentes da Brigada Militar envolvidos no caso faziam “bico” no local, como seguranças vinculados à empresa Glock. As vítimas de tortura, de 32 e 47 anos, foram levadas a um depósito e passaram quase uma hora sendo agredidas até pagarem ao grupo R$ 644 em dinheiro mediante uma transferência eletrônica realizada pelo filho de um deles – o que permitiu a soltura.

De acordo com o inquérito criminal, 45 câmeras de monitoramento flagraram os atos de tortura. As filmagens chegaram a ser excluídas pelo funcionário do mercado, mas acabaram recuperadas por profissionais do Instituto-Geral de Perícias (IGP).

Relembre o caso

Segundo a investigação, o crime ocorreu em 12 de outubro, mas só chegou ao conhecimento das autoridades dois dias depois, quando uma das vítimas deu entrada em um hospital da capital. O homem, que tinha graves lesões na região da face, chegou a ficar em coma induzido em razão da extensão das lesões.

Os furtos praticados na loja não foram apurados, uma vez que o estabelecimento não agiu conforme o protocolo previsto por Lei.


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