Polícia

Disparos começaram de forma inesperada, relata comandante da BM após cárcere privado em Novo Hamburgo

PMs foram surpreendidos enquanto atendiam ocorrência de desavença familiar

Movimentação policial durante após cárcere privado no bairro Ouro Branco
Movimentação policial durante após cárcere privado no bairro Ouro Branco Foto : Camila Cunha

O comandante do 3º Batalhão de Polícia Militar de Novo Hamburgo, Alexandro dos Santos Famoso, relatou como foi a ocorrência de cárcere privado que terminou com quatro mortes no bairro Ouro Branco. Segundo Famoso, os policiais militares que foram os primeiros a atender o caso foram surpreendidos com os disparos do atirador, identificado como Édson Crippa, de 45 anos, encontrado morto pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope).

"Os nossos policiais sequer chegaram a entrar na casa. Eles foram até ali para atender uma ocorrência de desavença familiar e foram atendidos pelo casal de idosos ainda fora da residência. Ali, naquele momento, eles foram surpreendidos pelo agressor, que chegou de forma violenta e inesperada, disparando”, explicou Famoso em entrevista coletiva.

Famoso explicou que não houve erro no atendimento da ocorrência. “Nós atendemos casos assim quase todos os dias. Ali, naquele primeiro momento, os PMs chegaram para falar com o casal para entender o que estava acontecendo, justamente por se tratar de uma questão familiar. Durante este atendimento inicial foi que aconteceram os disparos. Os policiais não estavam esperando uma atitude tão agressiva, tão violenta naquele instante”, ressaltou.

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Além do atirador, também morreram o pai do agressor, Eugênio Crippa, de 74 anos, o irmão, Everton Luciano Crippa, de 49 e o policial militar Everton Kirsch Júnior, de 31 anos.

A mãe e a cunhada sobreviveram e estão internadas no Hospital Centenário. Já no Hospital Municipal, dois policiais estão em estado grave: Rodrigo Weber, de 31 anos, e João Paulo Farias, de 26 anos. Ambos passam por cirurgia, sendo que o último recebeu um tiro na cabeça.

O guarda municipal Wolmir de Souza, de 54 anos, levou três tiros, mas está com saúde estabilizada. Considerados estáveis clinicamente, estão os PMs Eduardo de Brida, de 32 anos, ferido no tornozelo e Josiane Muller, de 38, ferida no ombro. Já o colega de farda Leonardo Valadão Alves levou um tiro de raspão e foi liberado do Hospital Municipal.

O tenente-coronel Felipe Costa Famoso Rocha foi ferido por estilhaços e não preciso de atendimento médico.

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Sem negociação

O comandante do batalhão explicou que quando a situação escalou e se transformou em uma ocorrência de cárcere privado, as tentativas de negociação com Édson Crippa não tinham sucesso. “Qualquer interação nossa com ele era respondida com tiros, que evidentemente eram revidados”, resumiu. Famoso comentou que as sobreviventes que foram retiradas da casa – mãe e a cunhada do atirador – saíram sob tiroteio. “A retirada dos reféns foi feita debaixo de fogo”, assegurou.

Durante a ocorrência, a BM percebeu que o atirador chegou a deslocar os familiares dentro da casa, saindo de um cômodo para outro. Na garagem, já com a presença da BM no cerco, houve agressões aos parentes.

A Brigada Militar não informou o que causou a morte do atirador. A Polícia Civil está no local e faz o trabalho de perícia dentro da casa.

O crime

A ocorrência no bairro Ouro Branco começou por volta das 23h10min dessa terça, quando uma guarnição foi acionada para atender o que seria o desentendimento familiar. No local, dois PMs foram surpreendidos pelo atirador enquanto conversavam com o casal de idosos, dono da residência na rua Adolfo Jaeger.

A partir daí, o caso que era de desavença tornou-se de cárcere privado, com os idosos, o irmão e a cunhada do atirador colocados sob a condição de reféns.

Reforços policiais foram acionados e também foram recebidos a tiros por Édson Crippa. Durante a ação, ele acabou ferindo sete agentes. O Batalhão de Operações Especiais (Bope) foi acionado e conseguiu resgatar a mãe e a cunhada do atirador. Feridas, elas foram encaminhadas ao Hospital Centenário, de Novo Hamburgo.

Minutos mais tarde, o Bope decidiu invadir a casa e encontrou o atirador sem vida.

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