Grupo alvo de ação usava laranjas para adquirir imóveis e carros em Porto Alegre, diz Polícia

Grupo alvo de ação usava laranjas para adquirir imóveis e carros em Porto Alegre, diz Polícia

Quadrilha comprou casa no bairro Aberta dos Morros pagando R$ 500 mil em dinheiro vivo

Eduardo Amaral

Polícia Civil realizou operação contra facção criminosa ligada ao tráfico de drogas em Porto Alegre

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A operação Whiskey Charlie Bravo, realizada na manhã desta sexta-feira em Porto Alegre, conseguiu indisponibilizar R$ 1 milhão de uma facção criminosa baseada na zona Leste da cidade. Segundo informações da Polícia Civil, o grupo, ligado ao tráfico de drogas, usava laranjas para lavar dinheiro, adquirindo imóveis e veículos. Uma casa comprada pela quadrilha chamou a atenção da investigação. A residência, localizada no bairro Aberta dos Morros e avaliada em R$ 500 mil, foi adquirida em dinheiro vivo, com o uso de notas de R$ 2, R$ 5 e R$ 10 para o antigo proprietário. 

As investigações iniciaram ainda em março de 2019, depois que uma denúncia anônima relatou uma movimentação suspeita na casa. A residência foi comprada pela quadrilha entre os anos de 2017 e 2018. Na operação de hoje, nove mandados de busca e apreensão foram cumprido nos bairros Lomba do Pinheiro e Aberta dos Morros. Nos dois locais, a Polícia Civil coletou documentos e indisponibilizou cinco carros e três imóveis. Com isso, os proprietários podem utilizá-los, mas não tem autorização para negociar os mesmos. A diretora da Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegada Vanessa Pitrez, acredita que, com o andamento das investigações, será possível dobrar o valor que hoje foi indisponibilizado. 

O diretor da Divisão de Inteligência Policial e Análise Criminal do DHPP, delegado Eibert Moreira Neto, disse que a compra do imóvel foi apontada como uma transação suspeita pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), que regula transações financeiras em todo país. 

A delegada Vanessa explicou ainda que o envolvimento do DHPP na investigação faz parte de uma nova estratégia para combater homicídios ligados ao tráfico. "A partir do momento em que a gente descapitaliza uma organização criminosa, nós diminuímos o potencial bélico dela. Diminuímos também a capacidade de arregimentar novos membros e, por consequência, de ampliar o seu domínio. Ela afirmou que a maior parte dos homicídios no Rio Grande do Sul estão diretamente ligados ao tráfico de drogas, em sua grande maioria por disputa de espaço. 

Durante a operação os policiais chegaram a encontrar, em um dos imóveis, um homem suspeito de liderar a facção, porém ele não foi preso porque a Justiça não aceitou o pedido feito pela Polícia Civil. 


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