Homem que matou policial civil em ação contra o tráfico em Gravataí é condenado a 80 anos de prisão

Homem que matou policial civil em ação contra o tráfico em Gravataí é condenado a 80 anos de prisão

Rodrigo Wilsen da Silveira tinha 38 anos quando foi baleado durante ofensiva realizada em 2017

Paulo Tavares

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A juíza de Direito Valéria Eugênia Neves Willhelm leu as sentenças dos cinco réus, acusados de envolvimento na morte do policial civil Rodrigo Wilsen da Silveira, 38 anos, já na madrugada desta quinta-feira, no Foro de Gravataí. Maicon Rosa foi condenado a 80 anos e cinco meses de prisão. Ele foi considerado culpado pelos crimes de homicídio qualificado consumado e três homicídios qualificados tentados contra outros policiais. Marcos Leandro Marques Fortunato e Guilherme Santos da Silva foram sentenciados a 19 anos e nove meses de reclusão. 

Já Alecsandro da Silva Borges foi condenado a 19 anos e sete meses de prisão, enquanto Cristiane da Silva Borges foi sentenciada a 21 anos e nove meses de reclusão. Eles foram julgados pelos crimes de tráfico de drogas, Estatuto do Desarmamento, receptação e organização criminosa. Segundo o MP, a ré Dirce Terezinha da Silva Borges, mãe de Cristiane e avó de Alecsandro, faleceu em 13 de setembro de 2019.

Essa quarta-feira foi de debates entre o Ministério Público e as defesas dos acusados, que apresentaram suas teses ao corpo de jurados, composto por seis mulheres e um homem. Os promotores de Justiça que atuaram no caso foram Eugênio Paes Amorim e Aline Baldissera. A defesa de Maicon Rosa, apontado como o autor dos disparos, foi feita pela advogada Emiliane Gauer. Os réus Guilherme da Silva e Marcos Fortunato foram defendidos pelos defensores públicos Carolina Zago Cervo e Gabriel Seifriz, e o advogado Cristiano Pires ficou responsável pela defesa de Cristiane Borges e Alecsandro Borges.

Primeiro dia 

O primeiro dia do júri, na última terça-feira, teve o depoimento inicial de Raquel Biscaglia, viúva do agente, na parte da manhã. Ela é policial civil e participou da operação que resultou na morte de Rodrigo. Com uma camiseta preta, com a foto e nome do marido, Raquel deu detalhes da investigação, de como foi a entrada no apartamento onde estavam os acusados e do momento em que o policial foi baleado na cabeça. Contou ter descoberto estar grávida 11 dias após a operação, mas perdeu o bebê com quatro meses de gestação. Também foram ouvidas quatro testemunhas de acusação, incluindo três colegas da vítima, e ocorreu o interrogatório dos cinco réus. O júri foi interrompido às 19h30min.

Operação em 2017 

O policial foi morto a tiros durante uma operação realizada contra o narcotráfico na manhã de 23 de junho de 2017, em Gravataí, o então chefe de investigação da 2°DP da cidade, escrivão Rodrigo Wilsen da Silveira, foi baleado na cabeça assim que entrou no imóvel onde estavam os réus. Ele chegou a ser conduzido ao Hospital Dom João Becker, mas não resistiu aos ferimentos. A operação, de acordo com a Polícia Civil, visava desarticular uma organização criminosa envolvida com o narcotráfico.


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