Polícia

Manifestação pede justiça em júri de PM da reserva acusado de estuprar e matar sobrinho em Porto Alegre

Andrei Ronaldo Goulart Gonçalves, de 12 anos, morreu em novembro de 2016

Mobilização antecede júri popular em Porto Alegre
Mobilização antecede júri popular em Porto Alegre Foto : Camila Cunha / CP

Familiares e amigos de Andrei Ronaldo Goulart Gonçalves, morto aos 12 anos em Porto Alegre, clamam por justiça. Com faixas e cartazes, eles se manifestam em frente ao Foro de Porto Alegre nesta segunda-feira, momentos antes do início da sessão na 1ª Vara do Júri. O julgamento ocorre quase uma década após o caso.

O réu, um tenente aposentado da Brigada Militar, é tio da vítima. Ele é acusado de homicídio duplamente qualificado e estupro de vulnerável. Responde em liberdade.

“Não quero vingança, apenas justiça. Sinto como se meu filho tivesse morrido de novo. As pessoas me abraçam e oferecem apoio, exatamente como ocorreu no dia do velório. Nos últimos nove anos, o pior de tudo é ficar sem ele”, disse Cátia Goulart, mãe de Andrei.

O crime ocorreu em 30 de novembro de 2016, na zona Sul da Capital. Foi inicialmente registrado como suicídio, sendo reaberto em 2020, após nova análise do Ministério Público (MPRS).

Conforme a denúncia, o tio teria cometido o crime para esconder os abusos sexuais que praticava contra o menino, que foi encontrado morto com um disparo na cabeça no apartamento da família. Na visão dos promotores Lúcia Helena Callegari e Eugênio Paes Amorim, à frente da acusação, a cena do crime foi manipulada para simular suicídio, dificultando a responsabilização do autor.

MPRS ouviu 20 testemunhas após retomar o caso. "Ao receber o inquérito, dediquei atenção redobrada, questionando-me sobre a veracidade dos fatos. Iniciei a investigação ouvindo pessoas e buscando provas para confirmar as alegações da mãe. E a verdade foi revelada. Houve a denúncia e agora o júri", disse Lúcia Helena Callegari.