MP pede que Suzane faça novo exame psicológico antes de decisão sobre soltura

MP pede que Suzane faça novo exame psicológico antes de decisão sobre soltura

Avaliação mostrará se detenta está em condições de volta a viver em sociedade

AE

MP pede que Suzane faça teste do borrão antes de decisão sobre soltura

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O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pediu a realização de um novo exame psicológico para avaliar se a detenta Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão pela morte dos pais, está em condições de cumprir o restante da pena em liberdade. O MP quer que a presa seja submetida ao teste de Rorschach, uma técnica de avaliação psicológica capaz de expor características da personalidade da pessoa não reveladas em outros testes.

A argumentação da promotoria criminal é de que os irmãos Cravinhos, também condenados pelo crime, foram submetidos a esse teste antes de terem autorizada a progressão para o regime aberto.

No fim de 2017, Suzane foi submetida a exame por psicólogos e psiquiatras, a pedido da Justiça, e o laudo concluiu que ela tinha condições de voltar a viver em sociedade. A administração da penitenciária onde ela cumpre pena também havia atestado o bom comportamento e a disciplina da presa.

Até esta sexta-feira, a Vara de Execuções Criminais de Taubaté, ainda não tinha determinado o novo exame. O teste de Rorschach, amplamente aplicado em outros países, foi desenvolvido pelo psicanalista suíço Hermann Rorschach e consiste em dar respostas sobre com que se parecem dez pranchas com manchas de tintas, por isso é conhecido popularmente como "teste do borrão de tinta". A promotoria alega também a gravidade do crime cometido por Suzane e sua grande repercussão.

A detenta já cumpriu mais de 11 anos de prisão, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). Desde 2015 ela está no regime semiaberto, com direito a cinco saídas temporárias por ano, em datas especiais, como o Dia das Mães e a Páscoa. Em junho do ano passado, a Defensoria Pública de Taubaté, que assumiu a defesa da presa, pediu a progressão para o regime aberto.

O defensor alegou que, além do tempo de prisão já cumprido, devem ser contados os quase 1 mil dias em que Suzane trabalhou na prisão, período que deve ser considerado para a remissão da pena. A defesa argumenta também que a condenada tem emprego assegurado fora da prisão, em uma confecção de Angatuba, cidade paulista onde reside seu namorado.

A Secretaria da Administração Penitenciária informou que o processo da presa Suzane Louise Von Richthofen está em segredo de justiça, porém, a Penitenciária de Tremembé ainda não recebeu nenhuma notificação da Justiça sobre o novo exame. Já a Defensoria Pública de Taubaté informou que a defesa não se manifestaria em razão do sigilo do processo.

A reportagem entrou em contato com o promotor Paulo de Palma, da Promotoria de Execuções Criminais de Taubaté, que atua no caso, mas ele não havia dado retorno até o fim da tarde desta sexta.

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