MP recorre por prisão preventiva de acusado de matar gerente do Sicredi em Anta Gorda

MP recorre por prisão preventiva de acusado de matar gerente do Sicredi em Anta Gorda

Procuradoria alerta que suspeito tem dupla cidadania e pode tentar deixar o país

Correio do Povo

Câmeras mostram que suspeito mudou posição de câmeras antes de vítima ser morta

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O Ministério Público recorreu, nesta sexta-feira, de decisão que negou prisão preventiva do acusado de matar Jacir Potrich, gerente do banco Sicredi em Anta Gorda, no Vale do Taquari. O MP "reitera a necessidade da prisão em virtude da possibilidade do réu, que possui dupla cidadania e elevada condição financeira,  deixar o país a qualquer momento para se ver livre das acusações e dos crimes que lhe são imputados".

A juíza Jacqueline Bervian, da Comarca de Encantado, indeferiu o pedido inicial do MP pela prisão preventiva do dentista, vizinho de Potrich. Ele foi acusado de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Conforme decisão da juíza, o passaporte do acusado será mantido apreendido, e ele está proibido de se ausentar do país até a conclusão do processo.

O homem é acusado de envolvimento no desaparecimento e morte do vizinho. Ele foi preso no dia 23 de janeiro, em Capão da Canoa, no Litoral Norte. Encaminhado ao Presídio Estadual de Encantado, foi solto no dia 31 do mesmo mês graças a um habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.

O desembargador Honório Gonçalves da Silva entendeu a prisão como desnecessária pois o dentista não apresentava risco de fuga e nem atrapalhava as investigações. O advogado de defesa Paulo Olímpio Gomes de Souza assegurou, na época, que não existiam provas contra o seu cliente.

Jacir Potrich sumiu após retornar de uma pescaria e ter limpado os peixes em um quiosque de uso comum do condomínio residencial em que residia na cidade. O automóvel da vítima ficou estacionado na garagem. As câmeras de segurança do condomínio registraram o gerente chegando, mas não mostram a saída dele depois.

Nas investigações, os policiais civis analisaram as imagens do local e descobriram que o dentista subiu no telhado e depois mexeu em duas câmeras de vigilância no pátio do condomínio, usando inclusive um cabo de vassoura para mudar o posicionamento de ambas. Para os agentes, o crime teria ocorrido a partir da animosidade entre o dentista e o gerente por conta do fim da locação do prédio de propriedade do suspeito.

Gomes de Souza lembrou que o Instituto de Perícia colheu provas no quiosque onde teria ocorrido o crime, no carro, na roupa e na casa do dentista e todas deram negativa. Lembrou que a tese que o seu cliente teria ficado indiferente a morte não se justifica, já que o dentista participou das buscas com a polícia e com os vizinhos.


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