MPF em Erechim denuncia 19 indígenas pelas mortes de Faxinalzinho
Eles mataram dois irmãos que haviam desobstruído uma estrada fechada pelo grupo como protesto
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A denúncia, assinada pelo procurador da República Carlos Eduardo Raddatz Cruz, detalha que os irmãos, agricultores que residiam na região do crime, foram mortos ao desobstruir o bloqueio de uma das estradas vicinais que ligam o interior de Faxinalzinho à cidade executado pelos índios que protestavam pedindo a demarcação de suas terras.
O MPF relata que esse grupo de 19 índios, armados com espingardas, pedras e pedaços de pau, perseguiu e assassinou os dois irmãos dentro de um milharal como uma retaliação pela desobstrução da estrada, a Linha Coxilhão. A denúncia também informa que “a natureza das lesões corporais identificadas nas vítimas, correspondente a diversas perfurações por projéteis de arma de caça, contusões e escoriações – conforme descrito nos laudos de necropsia e laudo de exame do local de crime, bem como pelo que se pode observar das fotografias dos cadáveres –, aliada aos objetos encontrados no local do crime (pau, lança e pedras, além do cartucho de espingarda) são circunstâncias evidenciadas de que Alcemar e Anderson sofreram agressões provocadas por um grande número de agentes e de que suportaram dor e sofrimento intensos até que viessem a óbito”.
De acordo com o MPF, os indígenas responsáveis pelo crime foram vistos “logo após os crimes, por mais de uma testemunha, num contexto em que alguns portavam armas de fogo e outros objetos contundentes, com vestígios de sangue na roupa, e, especialmente, correndo em sentido oposto ao ponto onde foram executadas as vítimas”. A denúncia ainda destaca que “naquele matagal só estavam os indígenas e os dois agricultores mortos”.
O procurador da República juntou, além das provas materiais, o relato de 13 testemunhas que corroboram para a acusação feita aos indígenas. A denúncia do MPF será analisada pelo juízo da Vara Federal de Erechim.