MPRS denuncia Nego Di por estelionato e lavagem de dinheiro em promoção de rifas

MPRS denuncia Nego Di por estelionato e lavagem de dinheiro em promoção de rifas

Companheira também foi denunciada por lavagem de dinheiro; casal foi alvo de operação do Gaeco/MPRS em julho

Correio do Povo

Gaeco/MPRS realizou operação em 12 de julho, com o casal de influenciadores digitais como alvo

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O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS), por meio da Promotoria Especializada Criminal de Porto Alegre e do 1º Núcleo Regional do GAECO – Capital, denunciou o influenciador digital Dilson Alves da Silva Neto, o Nego Di, e a companheira dele no caso da promoção de rifas. Eles foram alvo de operação da instituição no dia 12 de julho deste ano em Santa Catarina.

O promotor de Justiça Flávio Duarte, responsável pela investigação, ofereceu denúncia ao Poder Judiciário pelos crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e uso de documento falso, além da contravenção penal de promoção de loteria na modalidade de rifas digitais.

Segundo o promotor, após análise dos materiais apreendidos na Operação Rifa$, como documentos, mídias sociais, celulares, entre outros, foi possível ter uma dimensão exata das infrações penais praticadas e dos valores obtidos pelo casal.

A denúncia detalhou, neste caso, que o influenciador, por meio das redes sociais, promoveu, de forma continuada e sem autorização legal, loterias em forma de rifas digitais, entre novembro de 2022 e maio de 2024, nas quais distribuía, mediante contrapartida financeira, prêmios em dinheiro e em bens, cuja contemplação dependia de sorteios. O GAECO/MPRS apurou que o influenciador obteve, em razão dessas rifas ilícitas, em torno de R$ 2,5 milhões, referentes a mais de 300 mil transferências bancárias.

O GAECO/MPRS destacou também que o influenciador gaúcho foi denunciado pela prática de estelionato, por ter, a partir de dezembro de 2023, promovido, de forma fraudulenta, a rifa eletrônica de uma Porsche Macan e R$ 150 mil em dinheiro, publicando vídeos na rede social e utilizando outros subterfúgios para induzir em erro as vítimas.

Segundo o MPRS, de forma deliberada, antes de concluir a ação, transferiu o veículo que seria o prêmio principal para terceiros, adquiriu o próprio número sorteado e ainda, para garantir a impunidade, publicou um vídeo em que anunciou, de forma dissimulada, um vencedor fictício para a rifa.

Procurada, a defesa de Nego Di e sua companheira afirma que “provará a inocência dos representados munida de provas que comprovam a licitude de seus bens, a realização de parte da doação por troca de cachê de publicidade e movimentação financeira lícita. Seus bens apreendidos foram adquiridos de forma lícita, comprovando que sua renda é compatível com seu patrimônio. Ainda, em que pese o requerimento por parte do Ministério Público de alienação antecipada dos bens, tal decisão foi suspensa a pedido da Defesa”.

A defesa também reforçou que a companheira de Nego Di, Gabriela Vicente de Sousa, foi denunciada apenas por lavagem de dinheiro “por movimentações financeiras realizadas por seu companheiro em sua conta bancária, sem participação alguma de sua parte nos demais delitos em que Dilson foi denunciado, conforme esclarecido pelo Promotor de Justiça que assina a denúncia distribuída, que até esse momento sequer foi recebida pelo Juízo processante”.

Lavagem de dinheiro e documento falso

O GAECO/MPRS ainda denunciou o influenciador e a companheira por lavagem de dinheiro, de forma reiterada, no valor de R$ 2,5 milhões, por atos cometidos entre novembro de 2022 e maio deste ano, por meio, inicialmente, da destinação dos valores oriundos das rifas ilícitas para contas de terceiros e, posteriormente, em novos atos de dissimulação da origem das quantias, para a aquisição de veículos de luxo, imóveis na Capital, na Serra e no Litoral gaúcho, além de gastos ordinários em benefício do casal.

Por fim, o último fato atribuído ao influenciador investigado é o uso de documento falso. Em maio deste ano, em um perfil das redes sociais, o influenciador digital postou um comprovante de transferência, na modalidade PIX, no valor de R$ 1 milhão, referente a uma suposta doação para campanha solidária para ajudar as vítimas da enchente que assolava o Rio Grande do Sul, quando, na realidade, a operação bancária verdadeira e o respectivo comprovante gerado foram de apenas R$ 100.


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