Neonazistas acusados de atacar judeus em Porto Alegre são condenados
Trio foi condenado após dois dias de julgamento, em Porto Alegre
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Laureano Vieira Toscani e Thiago Araújo da Silva foram condenados a 13 anos de prisão em regime inicialmente fechado. Fábio Roberto Sturm a 12 anos e oito meses de reclusão. Thiago e Fábio, de acordo com a magistrada, poderão recorrer em liberdade.
O julgamento recomeçou na manhã desta terça-feir. O trio foi acusado de atacar três jovens judeus em 8 de maio na esquina das ruas Lima e Silva e da República, no bairro Cidade Baixa. Os réus foram submetidos à júri popular por tentativa de homicídio por motivo torpe em razão do antissemitismo e racismo. De acordo com o Ministério Público, as vítimas usavam quipás (pequeno chapéu em forma circular usado pelos judeus) sendo avistadas pelos agressores que estavam em um bar.
Por coincidência, o julgamento começou na terça-feira, no dia do Yom Kipur, uma datas mais sagradas do calendário judaico. “Perdão e justiça são parecidos em determinados momentos. É mais um sinal de que é possível que se faça justiça após tantos anos”, afirmou o presidente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul (Firs), Zalmir Chwartzmann, que esteve presente no início da sessão. “Agrediram três meninos cujo único crime era estar com o quipá”, recordou.
“Como o sistema judiciário demora tanto tempo para chegar até esse momento?”, indagou. Para Chwartzmann, essa é a discussão que se deve colocar no momento. “Demorar tanto tempo está se fazendo justiça?”, questionou.
O presidente da Firs lamentou a intolerância existente no Rio Grande do Sul, inclusive em Porto Alegre. “Toda a semana temos manifestações nazistas e antissemitas”, assegurou ele. Zalmir Chwartzmann entende que “o discurso e agressão do ódio não têm nenhum sentido”.
Na opinião dele, o julgamento é importante não só para a comunidade judaica, mas para toda sociedade que “precisa combater o ódio e o discurso dos radicais”. Ele declarou também que acredita na Justiça. “Estas pessoas não podem sair impunes”, concluiu o presidente da Firs.