Operação do MPRS contra organização criminosa da Serra Gaúcha resulta na prisão de 26 criminosos
Prisões foram realizadas no RS, SC, PR e MS. Sede da organização seria em Bento Gonçalves

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O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (Gaeco/MPRS) deflagrou Operação Contas Abertas em quatro estados contra uma organização criminosa que atua na Serra Gaúcha. Conforme as investigações, o grupo é envolvido em lavagem de dinheiro, tráfico de armas e drogas. A operação resultou na prisão de 26 pessoas no RS, em Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul.
Segundo o MPRS, o grupo criminoso tem sede em Bento Gonçalves. No mesmo momento em que a operação foi deflagrada, uma revista regal foi realizada na Penitenciária Estadual de Bento Gonçalves. As ações do Gaeco tiveram o apoio da Polícia Civil, Brigada Militar e Superintendência dos Serviços Penitenciários (SUSEPE). Ao todo, foram cumpridos cerca de 50 de busca e apreensão em Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, São Valentim do Sul, Guaporé e Barros Cassal, além de outros em SC, PR e MS.
A operação resultou, além da prisão de 26 pessoas, na apreensão de 25 veículos, sequestro de cinco imóveis ligados ao grupo criminoso, bloqueio de 274 contas bancárias e na apreensão de armas, drogas e celulares. A sede da organização seria em Bento Gonçalves, com ramificações em Carlos Barbosa e outros estados do Brasil. O planejamento da operação iniciou há mais de seis meses, mas a ofensiva precisou ser adiada em função das enchentes que atingiram o RS.
Ainda de acordo com o Gaeco, a operação desarticulou um dos principais caminhos de tráfico de arma de fogo para o estado, atingido as principais lideranças do grupo e algumas empresas, que auxiliaram na ocultação dos bens da organização. Os bens coletados nesta operação servirão de material para investigação e auxiliarão nas próximas fases da operação. A denúncia contra os investigados nesta fase da Operação Contas Abertas deve ser feita nas próximas semanas.
Asfixia financeira da organização criminosa
O procurador-geral do MPRS, Alexandre Saltz, destacou que esta foi a maior operação realizada no RS em 2024 e que ajudará a evitar que uma das regiões com maior potencial turístico do estado siga sofrendo com a atuação de organizações criminosas. “Hoje é um dia muito importante para a segurança pública do RS, pois realizamos um trabalho integrado, articulado, entre MPRS e todos os órgãos que compõem o sistema de segurança do estado. Esta operação resultou na apreensão de armas, como fuzis, rifles, revólveres, muita munição e dinheiro. Dentro do presídio, foram 30 celulares, diversas facas artesanais e muitas anotações que mostram como se dava a contabilidade da organização”, explicou Saltz.
Para o secretário Estadual de Segurança Pública, Sandro Caron, este tipo de operação tem como objetivo fazer uma asfixia financeira da organização criminosa. “Essa ação deixa muito claro que não é uma boa ideia tentar praticar crime no Rio Grande do Sul. É tolerância a zero contra o crime. Foram mais de 400 agentes no cumprimento das medidas que afetam o patrimônio do grupo. A tática da asfixia financeira é tirar dinheiro do crime e prender as lideranças e criminosos do grupo. É uma resposta muito dura do estado de que não vamos permitir esse tipo de atuação aqui”, completou o secretário.