Organização criminosa da fronteira com Uruguai é alvo de operação da Polícia Civil

Organização criminosa da fronteira com Uruguai é alvo de operação da Polícia Civil

Lavagem de dinheiro do tráfico de drogas ocorria através das facções Os Manos e PCC

Correio do Povo

Núcleo financeiro investigado movimentou mais de R$ 78 milhões

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A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Bagé, sob comando do delegado Cristiano Ritta, deflagrou na manhã desta terça-feira a operação Tríade. Está sendo investigado um complexo sistema de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas de uma organização criminosa sediada na fronteira com o Uruguai, através das facções Os Manos, do Rio Grande do Sul, e Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo. O núcleo financeiro investigado movimentou mais de R$ 78 milhões em operações fraudulentas.

Os policiais civis cumpriram mais de 120 ordens judiciais de busca e apreensão, de bloqueio de contas bancárias e de sequestro de bens e valores no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

O trabalho policial começou no ano passado, quando a Draco de Bagé apreendeu cerca de 12 quilos de cocaína em Porto Alegre. Ao longo do trabalho investigativo, várias ações com apoio da Brigada Militar e da Polícia Rodoviária Federal resultaram no recolhimento de 57 quilos de maconha, 31 quilos de cocaína e cinco quilos de crack.

Houve 20 prisões e 22 indiciados no período. Já no dia 30 de julho passado, os agentes descobriram e fecharam um laboratório de refino de cocaína e crack em Bagé, sendo presos três traficantes em flagrante.

Conforme a equipe do delegado Cristiano Ritta, o líder da organização criminosa na fronteira com o Uruguai está atualmente cumprindo pena de mais de 120 anos de reclusão na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). O apenado permanecia comandando a distribuição de drogas para diversas cidades gaúchas.

O esquema criminoso investigado foi descoberto a partir da apreensão de centenas de comprovantes de depósitos bancários realizados em cidades da fronteira, cujo destino eram contas bancárias de empresas e pessoas em diversas cidades do país, especialmente em São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Por vezes, os criminosos administravam os cartões bancários de “laranjas” e empresas de fachada para operar as contas bancárias, gerenciando o sistema de recebimento de dinheiro e contabilidade do tráfico de drogas. Depois que o dinheiro do narcotráfico administrado pela facção Os Manos era depositado, os operadores financeiros da facção PCC rapidamente movimentava diversas contas bancárias, dificultando o rastreamento dos valores e encaminhando para o pagamento da droga fora do território brasileiro. O dinheiro do lucro da venda de droga voltava para as contas de familiares dos investigados.

O delegado Cristiano Ritta destacou que a operação Tríade é “mais um duro golpe no sistema financeiro do crime organizado nacional, evidenciando que essas três organizações criminosas estão operando de modo sincronizado para abastecer o tráfico de drogas do Rio Grande do Sul e Uruguai, e promover a lavagem de dinheiro a partir de centenas de operações no país inteiro”.

O titular da Draco de Bagé ressaltou ainda grupos que foram alvo da Delegacia de Lavagem de Dinheiro do Denarc no âmbito da operação Irmandade, realizada em julho passado, também operava o fornecimento de drogas e de lavagem de dinheiro para a organização criminosa na fronteira.


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