Pais devem monitorar e fiscalizar os filhos na internet, alerta promotor da infância

Pais devem monitorar e fiscalizar os filhos na internet, alerta promotor da infância

Estudante de Medicina foi preso nesta terça-feira em Porto Alegre por prática de pedofilia

Correio do Povo

Policiais apreenderam mais de 12 mil fotos na casa do estudante

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A prisão de um estudante que cursava o sétimo semestre em uma faculdade de Medicina em Porto Alegre por pedofilia traz à tona a necessidade de fiscalização dos pais sobre o que os filhos fazem na internet. A investigação teve início em agosto deste ano quando o Ministério Público foi acionado pela Polícia Civil de São Paulo sobre o caso de um menino, de 10 anos, que estava sendo seduzido através de contatos pelo Facebook por alguém residente em Porto Alegre.

O Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (DECA) da Polícia Civil do RS foi acionado pelo Ministério Público, sendo identificado em um primeiro momento a faculdade como um dos locais de origem do contato. A investigação chegou então até o universitário, que usava um perfil falso para contatar a criança e pedir fotos íntimas, coagindo-a para que enviasse as imagens de conteúdo pornográfico. A descoberta havia sido feita pelo próprio pai do menino que, monitorando o filho na internet, encontrou no computador da criança a troca de conversas e uma expressão de cunho sexual.

O Promotor de Justiça da Infância e da Juventude de Porto Alegre, Júlio Almeida, elogiou a atitude do pai do menino. “Ele foi atento, cuidadoso e zeloso e percebeu o contato indevido do filho. É fundamental que os pais acompanhem o trânsito das crianças e adolescentes nas mídias e redes sociais. Os pais são os responsáveis pelo dever de acompanhar e direito de fiscalizar os filhos”, lembrou. Segundo ele, o computador do universitário reunia tanto fotos baixadas da internet como solicitadas em seus contatos. “Há vários arquivos com nomes de meninos. Possivelmente existia contatos com outras crianças e adolescentes”, observou.

A delegada Laura Rodrigues Lopes, titular da Delegacia de Polícia para Criança e Adolescente Vítima do DECA, afirmou que o trabalho investigativo vai apurar agora outras possíveis vítimas do estudante e se ele fazia parte de uma rede maior de pedofilia. “Vamos pedir a prisão preventiva dele”, assegurou, ressaltando que foi estipulada uma fiança de R$ 20 mil.

O jovem de 27 anos foi detido enquanto realizava estágio em um hospital. Conduzido até sua residência, onde ocorreu o flagrante, os policiais apreenderam cerca de 12 mil imagens de pornografia infanto-juvenil encontradas em um notebook, três smartphones e um pen drive. Todo material recolhido, que teve o sigilo quebrado judicialmente, será agora analisado pelo Instituto Geral de Perícias.

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