Polícia busca outros dois sequestradores da comerciante mantida em cativeiro em Taquara

Polícia busca outros dois sequestradores da comerciante mantida em cativeiro em Taquara

Vítima foi submetida a terror psicológico e ameaçada de morte e mutilação de dedos e orelhas

Correio do Povo

Criminoso preso participou do sequestro da vítima e estava encarregado também de negociar o resgate com a família dela

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Mais dois sequestradores ainda são procurados pela Polícia Civil após a libertação da vítima, uma comerciante de 23 anos, de um cativeiro na noite de terça-feira no interior de Taquara. O local onde a jovem permaneceu como refém era uma residência vazia, próxima de uma armazém, na localidade de Santa Cruz da Concórdia, na zona rural do município. 

Responsável por cuidar dela, um criminoso, armado com uma pistola calibre 9 milímetros dotada de carregador prolongado com capacidade para 30 tiros, entrou em confronto com os policiais civis que foram até o local para libertar a vítima. O homem foi baleado e morreu enquanto recebia atendimento médico. Depois do tiroteio, os agentes resgataram a vítima ilesa, enrolada em um cobertor e em cima de um colchão. A mulher estava dentro de um dos quartos da casa, onde não tinha móveis e estava sem iluminação.   

“Ela estava bem fisicamente, mas extremamente abalada psicologicamente, nervosa e chorando”, observou no final da manhã desta quarta-feira o delegado João Paulo de Abreu, titular da 1ª Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Ele revelou que a vítima foi ameaçada de morte e mutilação. “O risco foi real e concreto”, avaliou, enfatizando que o indivíduo que morreu “era violento”.

Descoberta do cativeiro 

A descoberta do cativeiro foi possível a partir da prisão de outro sequestrador no final da tarde dessa terça-feira no bairro Empresa, na área urbana de Taquara. Com o criminoso, encarregado da negociação do resgate e que atuou no sequestro da comerciante, foi apreendido um celular usado nos contatos com a família da jovem. Houve também a apreensão de um Hyundai HB20 que pode ter sido utilizado no momento do sequestro da vítima em uma parada de ônibus de Taquara. Naquele momento, ela se encontraria com um amigo.

A investigação teve início então pelo Deic e pela DP de Taquara. Vários contatos telefônicos, via celular, foram mantidos pela quadrilha com o pai. “Exigiram inicialmente R$ 100 mil e mais tarde baixaram para R$ 30 mil, ameaçando de agredir a filha dele de forma contundente e que mutilariam dedos e orelhas dela. Houve pressão psicológica”, lembrou o delegado João Paulo de Abreu. A quantia não foi paga. 

Motivação 

Segundo o titular da 1ª Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos, o pai da vítima é profissional liberal e não teria condições de atender o pedido de resgate. No entanto, o fato de que o pai da vítima administra os bens de uma senhora pode ter atraído a atenção dos suspeitos, que residiam na cidade. “Isso será agora aprofundado: por que acreditaram que a família poderia pagar o resgate? Isso será melhor apurado agora”, afirmou o delegado Abreu, notando ainda que os envolvidos não teriam experiência anterior nesse tipo de crime. “Não era um grupo que já praticou outros sequestros”, frisou.

O cativeiro foi isolado para o trabalho do Instituto-Geral de Perícias. “O local é vinculado a um dos investigados”, adiantou Abreu. Os sequestradores podem ser condenados a pena de 12 a 20 anos de reclusão por crime de extorsão mediante sequestro. 


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