Polícia trabalha com várias linhas de investigação após morte de advogado na Cidade Baixa

Polícia trabalha com várias linhas de investigação após morte de advogado na Cidade Baixa

Delegado Paulo César Jardim espera ter visão mais clara do caso a partir desta quarta

Correio do Povo

Delegado Paulo César Jardim explicou que dinâmica do crime poderá ajudar a elucidar caso

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Tentativa de assalto ou assassinato. Esta é a principal dúvida em relação à morte do advogado Gabriel Pontes Fonseca Pinto, 28 anos, na tarde de terça-feira no bairro Cidade Baixa, deve ser esclarecida a partir de agora pelo titular da 1ª DP de Porto Alegre. Na manhã desta quarta-feira, o delegado Paulo César Jardim revelou os primeiros passos da investigação para elucidar o crime ocorrido na esquina das ruas General Lima e Silva e Alberto Torres. 

“Há várias linhas de investigação. O caso é bastante difícil e complicado”, admitiu. “Desde terça-feira já fomos para o local e fizemos algumas constatações. Temos algumas imagens e fomos até a madrugada desta quarta-feira ouvindo testemunhas. As possibilidades são as mais variadas”, afirmou. 

Testemunha-chave 

Novas testemunhas estão sendo procuradas. Uma já foi identificada e o depoimento dela nesta quarta-feira pode ser considerado uma peça-chave na montagem do quebra-cabeça do crime pois refere-se ao que foi dito pelo criminoso e respondido pela vítima no momento da abordagem. Para o delegado Paulo César Jardim, uma das possibilidades apuradas no trabalho investigativo é de que talvez o assassino e a vítima se conheciam. 

Nas imagens de câmeras de monitoramento e celular que mostram a chegada e depois a fuga do criminoso, os policiais civis perceberam que o advogado caminha pela calçada e uma moto Honda CB 300, com o criminoso ainda de capacete, está sendo estacionada ao seu lado. Em seguida, o autor do crime desce e deixa o capacete na moto antes de abordar a vítima em seguida, cena que não aparece nas imagens. “A moto ficou com o motor ligado. A pessoa, quando parou a moto e estacionou naquele local, tinha um alvo específico e sabia que não ia demorar”, supôs o titular da 1ªDP. 

O criminoso atirou duas vezes no tórax do advogado já caído no chão após ser derrubado. “A vítima não perdeu nada. Não levaram o celular, os R$ 860 em dinheiro e a pasta com processos. Não foi levado absolutamente nada”, observou o titular da 1ªDP. 

A equipe do delegado Paulo César Jardim já descobriu que o advogado havia saído do Foro Central e passou em uma agência lotérica antes de ser atacado e baleado. Uma suposta ida ao banco, porém, ainda não foi confirmada. 

O titular da 1ª DP teve a atenção despertada também pelo fato do criminoso tirar o capacete e deixar em cima da moto sem importar-se em mostrar o rosto. A escolha do local da abordagem também intrigou os agentes devido ao intenso movimento de pessoas e veículos. O delegado Paulo César Jardim questionou o fato do criminoso, que provavelmente seguia a vítima, não ter agido antes em um ponto mais ermo ao invés de um trecho movimentado do bairro, tendo cerca de 20 minutos de tempo para isso. 

Os processos judiciais que estavam dentro da pasta da vítima serão analisados em busca de pistas. Até mesmo o motivo do comparecimento do advogado, que atuava na área cível, no Foro Central será verificado. “Aos poucos estamos tendo uma visão mais clara do crime”, adiantou.


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