Policial que atuou no caso Miguel narra frieza da mãe: “dobrei a perninha para facilitar que, quando abrisse a mala, o corpo caísse”

Policial que atuou no caso Miguel narra frieza da mãe: “dobrei a perninha para facilitar que, quando abrisse a mala, o corpo caísse”

Policial que atendeu ocorrência prestou depoimento nesta quinta-feira

Correio do Povo

Policial Jeferson Luciano Segatto prestou depoimento nesta quinta-feira

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Frieza, nenhum tipo de sentimento de tristeza e um pensamento prático sobre como se livrar do corpo. Essas foram as impressões narradas pelo policial Jeferson Luciano Segatto sobre a postura de Yasmin Vaz dos Santos, mãe do menino Miguel. Segatto prestou depoimento durante o julgamento do assassinato de Miguel dos Santos Rodrigues na tarde desta quinta-feira, no Fórum de Tramandaí, no Litoral Norte. São rés pelo crime a mãe, Yasmin, e a madrasta, Bruna Nathiele Porto da Rosa. Miguel foi morto aos sete anos em 2021.

“Quando eu perguntei para ela se caberia um menino de 7 anos na mala, a Yasmin, com a sua frieza, me respondeu: ‘eu botei ele, dobrei a perninha, já para facilitar que, quando eu abrisse a mala, o corpo caísse’”, relembrou o policial.

Segatto foi um dos primeiros policiais a atender a ocorrência, quando ainda se acreditava na possibilidade de Miguel estar vivo.

“A Yasmin chegou no local muito firme, muito incisiva na oratória. Eu notei que ela queria manipular a situação de forma que a gente não tentasse conversar com a Bruna. O que eu pude notar foi a tranquilidade dela em narrar o sumiço de um filho. Para nós, naquele momento, na narrativa dela, ele (Miguel) poderia estar vivo. Então, num primeiro momento, nossa intenção era achar o menino”, afirmou.

Após a descoberta da morte do menino, o policial afirma que a mãe confessou o crime e descreve as ações com frieza, sem demonstrar qualquer sentimento pela vítima.

"Ela (Yasmin) falou para mim que batia nele (Miguel). Ela admitiu a prática do crime. A Yasmin foi conosco e também nos indicou o caminho percorrido até largar o menino no rio e posteriormente nos levou até onde havia dispensado a mala na lixeira", completou o policial militar.

Duas testemunhas, uma de defesa e outra de acusação, não compareceram ao fórum e desistiram de prestar depoimento no julgamento. A intenção do juiz Gilberto Fontoura é encerrar a fase de depoimentos e os interrogatórios das rés ainda nesta quinta-feira, deixando a fase de debates e o resultado para a sexta-feira.

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“Jogou o corpo e foi embora”

Durante seu depoimento, Segatto recordou diálogos que teve com Yasmin. A réteria descrito detalhes sobre como ela e sua companheira, Bruna Nathiele Porto da Rosa, se livraram do corpo, após o assassinato.

“Quando eu perguntei se o menino tinha boiado ou afundado no rio, ela (mãe) relatou que não sabia, que apenas jogou o corpo e foi embora. A Yasmin relatou que ambas tinham feito. Ambas tinham colocado ele na mala e ambas foram até o rio. Para nós, ela falou que não tinha nenhum tipo de sentimento pelo menino e que não tinha mais paciência para cuidar dele”, afirmou o policial.

Questionado pelos promotores do Ministério Público, o policial falou sobre os primeiros momentos após a confissão, a participação da ex-companheira e sobre o comportamento da mãe de Miguel.

“Pela narrativa da Yasmin, a Bruna ajudou. Em momento algum a Yasmin tentou tirar a participação da Bruna no crime. A Yasmin não demonstrava nenhum tipo de tristeza. Contava com detalhes como se falasse de uma garrafa de água. Para mim, ela é muito ardilosa”, contou o policial, que interrompeu seu depoimento por alguns segundos após se emocionar durante o relato.


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