Presa mãe suspeita de oferecer filha pequena para abuso sexual de empresário de Imbé
Terceira fase da operação La Lumière, da 1ª Delegacia de Polícia da Criança e do Adolescente, foi realizada em Porto Alegre
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Mais uma mãe, suspeita de oferecer a filha pequena para abuso sexual de um empresário, de 41 anos, de Imbé em troca de dinheiro, foi presa na manhã desta sexta-feira pela Polícia Civil em Porto Alegre. Trata-se de uma garota de programa, de 25 anos, que foi detida na terceira fase da operação La Lumière, da 1ª Delegacia de Polícia da Criança e do Adolescente (1ª DPCA) do Departamento Estadual de Proteção aos Grupos de Vulneráveis (DPGV). O Instituto-Geral de Perícias (IGP) também atuou junto.
Na ação contra a exploração sexual infanto-juvenil, coordenada pela delegada Camila Franco Defaveri, foram cumpridos um mandado de prisão preventiva e um mandado de busca e apreensão. A investigação apurou que a suspeita permitia os abusos sexuais desde que a filha era um bebê de poucos meses de idade. Atualmente, a criança tem um ano e oito meses e foi encaminhada para perícia psíquica e verificação de violência sexual no Centro de Referência em Atendimento Infanto-juvenil (CRAI) por equipes do Conselho Tutelar.
Segundo a delegada Camila Franco Defaveri, a extração das conversas dos investigados revelou que a acusada contava com apoio e suporte da mãe para o cometimento dos crimes. A avó da criança, além de ter ciência dos fatos, também participava da exploração sexual de sua neta, beneficiando-se economicamente.
“Observou-se a total falta de pudor e discernimento dos investigados, bem como de zelo e proteção, inerentes ao dever materno, das investigadas em relação às filhas, tratando-as como mercadorias e submetendo-as a favores sexuais, condutas, portanto, revestidas de gravidade”, avaliou a titular da 1ª DPCA.
O trabalho investigativo começou após indícios de que três irmãs, de 8, 10 e 12 anos, estariam sendo submetidas aos crimes de exploração sexual, prostituição, estupro e derivados do crime de pornografia infantil. A primeira fase da operação La Lumière, ocorrida em 27 de abril passado, teve buscas nas moradias do empresário, sendo uma residência em Porto Alegre e um apartamento à beira mar em Imbé.
Na ocasião, os agentes apreenderam instrumentos sexuais, medicamentos calmantes de venda controlada, possíveis dopantes e acessórios que denotam a preferência sexual do suspeito por crianças. Telefones celulares e notebooks, com o histórico de todas as conversas com a acusada, de 32 anos, mãe das três irmãs, também foram recolhidos nos imóveis dele.
Houve ainda a apreensão de eletrônicos, telefones celulares e computadores na residência da mãe na Capital. Os equipamentos continham conversas, imagens inclusive das crianças, negociações de encontros e combinação de valores a partir de uma tabela no formato de “cardápio”. Conforme a delegada Camila Franco Defaveri, o empresário e a mãe das três meninas encontram-se presos preventivamente.
O avanço do trabalho policial da 1ª DPCA fez com que outras duas mães fossem identificadas. A segunda fase da operação La Lumière aconteceu então no dia 18 deste mês em Porto Alegre, Alvorada e Cachoeirinha. A empresa do suspeito foi um dos alvos. Ambas as mães foram presas em suas residências.
Uma delas é uma influencer digital e estudante em uma faculdade de medicina veterinária, de 26 anos, que tem uma filha de seis anos. A outra, uma garota de programa e aluna de um curso técnico de enfermagem, de 23 anos, possui duas meninas, sendo uma de um ano e outra de três anos e seis meses. As duas mulheres já prestaram serviços na empresa do empresário como digitadoras. Nos dois casos, as crianças estão com a guarda dos pais e da avó materna.
Na opinião da delegada Camila Franco Defaveri, o investigado é “um criminoso contumaz”, que procura mulheres em organizações não governamentais e instituições de amparo, além fazer contatos em sites de prostituição com mulheres que tenham filhos menores. A titular da 1ª DPCA observou que ele opta por convidá-las para participar de “encontros familiares”, sempre “demonstrando boas intenções” e já enviando dinheiro via Pix.
“Em seguida, iniciam as combinações, remetendo a tabelas de valores a serem pagos por ele para a prática de determinados atos com as infantes” acrescentou. O “cardápio” com valores dos abusos, é acompanhado de imagens de animes que mostram o tipo de ato sexual. “Após, combinado os valores, marcam o encontram, em locais reservados, em hotéis nas cidades ou em uma de suas residências em Imbé”, afirmou a delegada Camila Franco Defaveri.