Quadrilha ligada a golpe dos nudes movimenta mais de R$ 500 mil em Porto Alegre

Quadrilha ligada a golpe dos nudes movimenta mais de R$ 500 mil em Porto Alegre

Ação da Polícia Civil descobriu que uma das vítimas extorquidas pagou até o sepultamento da garota com quem se relacionava pelas redes sociais

Correio do Povo

Houve apreensão de quatro cartões bancários e quatro telefones celulares

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Mais uma ofensiva contra o golpe dos nudes foi desencadeada pela Polícia Civil na manhã desta quarta-feira. Agentes da 5ª DP de Porto Alegre, sob comando da delegada Marcela Smolenaars, deflagraram ao amanhecer a operação Busted contra os crimes de extorsão, lavagem de dinheiro, crime organizado, falsa identidade e usurpação de função pública. Cerca de 60 agentes atuaram na ação. "Mais de R$ 500 mil foram movimentados por golpes", enfatizou a delegada Marcela à reportagem do Correio do Povo. O trabalho investigativo apurou que dois dos alvos, identificados como um porteiro e uma cozinheira, movimentaram mais de R$ 220 mil em oito meses.

Houve o cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão nos bairros Lomba do Pinheiro, Restinga, Cruzeiro, Sarandi e Rubem Berta, além de bloqueio judicial de 13 contas bancárias dos investigados, com mais de R$ 250 mil depositados nelas, bem como restrição de venda de dois veículos. Quatro cartões bancários e quatro telefones celulares foram recolhidos. Não ocorreram prisões, pois a Justiça não deferiu o pedido da Polícia Civil.

Os policiais civis já identificaram 13 envolvidos, muito parentes entre si. O líder do grupo, recolhido no sistema prisional, possui antecedentes por homicídio, porte ilegal de arma de fogo, lesão e ameaça. Um dos casos apurados é de um idoso, de 70 anos, que passou a se relacionar com uma garota pelo Facebook. Ele trocou fotos de nudes com ela e chegou a depositar valores de presente na conta dela. Em um encontro marcado, ela não apareceu conforme combinado.

Depois, um suposto policial passou a exigir valores alegando que a menina estava com depressão e foi internada em uma clínica psiquiátrica. Posteriormente, a vítima recebeu fotos da garota toda cortada e coberta por um lençol, sendo dito que ela cometeu suicídio. 

O suposto policial exigiu então o pagamento do enterro. Após pagar o funeral e sepultamento, a vítima foi até o cemitério e acabou descobrindo que tudo não passava de um golpe. Ele teve um prejuízo em torno de R$ 27 mil. O dinheiro foi depositado nas contas de 11 dos 13 investigados, com quantias de R$ 1 mil e R$ 2 mil.


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