Três acusados por aborto que causou morte de gestante são condenados no Rio

Três acusados por aborto que causou morte de gestante são condenados no Rio

Clínica clandestina operou durante anos no Rio e cobrava entre R$ 2 mil e R$ 5 mil por cada procedimento

Agência Brasil

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A Justiça do Rio de Janeiro condenou três acusados de integrar um grupo criminoso que praticava abortos e que foi responsável pela morte de Jandyra Magdalena dos Santos Cruz. Ela morreu depois de se submeter a um aborto na clínica clandestina, em 2014, no Rio. Seu corpo foi esquartejado e carbonizado em seguida. Além de Jandyra, mais duas grávidas morreram durante procedimentos na clínica.

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Carlos Augusto Graça de Oliveira, Rosemere Aparecida Ferreira e Vanusa Vais Balcine foram condenados pelos jurados do 4º Tribunal do Júri do Rio na madrugada desta sexta-feira, depois de um julgamento que durou 12 horas. A maior pena foi dada a Rosemere Aparecida Ferreira, acusada de gerenciar o grupo, fazer contato com clientes e repartir o dinheiro: 35 anos e seis meses de prisão por homicídio, aborto, destruição de cadáver e formação de quadrilha.

O falso médico Carlos Augusto Graça de Oliveira foi condenado a 26 anos e seis meses por homicídio, aborto e formação de quadrilha. Já Vanusa Vais Balcine, também acusada de comandar o grupo, foi condenada a 15 anos e seis meses por aborto seguido de morte, destruição de cadáver e formação de quadrilha.

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O regime de cumprimento de pena será inicialmente fechado. Os réus não poderão recorrer em liberdade. Na sentença, o juiz Gustavo Gomes Kalil destacou que a quadrilha era organizada e sofisticada e que operou durante anos no Rio e cobrava entre R$ 2 mil e R$ 5 mil por cada  procedimento. Acredita-se que o grupo recebia em torno de R$ 1 milhão por mês. “O negócio explorava o desespero de mulheres que engravidavam e, pelos mais variados motivos, recorriam a eles”, disse o juiz.

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