Três homens denunciados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) foram condenados por tentativa de homicídio qualificado contra três policiais militares e por corrupção de menor. O julgamento ocorreu no Tribunal do Júri de Caxias do Sul, na Serra.
Os fatos remontam a 28 de fevereiro de 2022, quando os acusados, acompanhados de um adolescente, foram até uma residência com o objetivo de executar um desafeto ligado ao tráfico de drogas. Durante a ação, o grupo foi surpreendido por policiais militares que faziam uma abordagem no local.
Ao perceberem a presença dos agentes, os criminosos reagiram com dezenas de disparos de arma de fogo, atingindo a viatura descaracterizada utilizada na operação. Em seguida, fugiram e se esconderam em uma área de matagal. A fuga, no entanto, durou pouco: os três homens foram presos em flagrante, e o adolescente, apreendido.
Na ocasião, os policiais apreenderam um carro com placas clonadas, uma pistola calibre 9mm, munições, um carregador alongado, uma balaclava e estojos de munição deflagrada — evidências que reforçaram a acusação do Ministério Público.
Durante o julgamento, a defesa sustentou que os réus não sabiam que se tratava de policiais e que teriam agido em legítima defesa, acreditando estarem diante de inimigos. As versões foram rejeitadas pelos jurados, que acolheram integralmente a tese apresentada pela promotoria.
As penas impostas variam conforme o grau de participação: dois réus receberam 43 anos e seis meses de reclusão, enquanto o terceiro foi condenado a 31 anos e um mês de prisão.
O promotor de Justiça Marcelo Fischer, responsável pelo caso, destacou o significado da decisão para a segurança pública:
“Os jurados de Caxias do Sul reafirmaram que estão lado a lado com o Ministério Público e com as forças de segurança. Quem atira em policiais atenta contra o Estado Democrático de Direito. Casos como esse devem receber uma resposta contundente do Estado.”