'É uma coisa tão minha que não quero repartir com ninguém', diz Lula sobre indicação ao STF

'É uma coisa tão minha que não quero repartir com ninguém', diz Lula sobre indicação ao STF

O advogado do petista, Cristiano Zanin, é cotado para assumir a vaga deixada pelo ex-ministro Ricardo Lewandowski

R7

Zanin esteve entre os 50 alvos de mandados de busca e apreensão expedidos pela PF hoje

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Questionado se vai indicar um nome para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) ainda nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta segunda-feira (29): "É uma coisa tão minha que eu não quero repartir com ninguém." A declaração foi dada pelo petista após receber o ditador venezuelano Nicolás Maduro para um almoço no Palácio do Itamaraty, em Brasília. A expectativa é de que o petista designe para o cargo o advogado Cristiano Zanin. E essa possibilidade já mobiliza a oposição. 

Zanin tem 47 anos, é de Piracicaba (SP) e advogado de Lula desde 2013. Apesar de advogar para Lula na área criminal, Zanin se diz especialista em "litígios estratégicos e decisivos, empresariais ou criminais, nacionais e transnacionais". Caso o presidente confirme a indicação de Zanin ao STF, o advogado deverá passar por sabatina no Senado. Ainda não há data definida.

Como mostrou o blog da Cristina Lemos, a estratégia dos contrários à indicação de Zanin é articular a resistência junto às bancadas parlamentares da oposição, principalmente no Senado, onde haverá a sabatina do ex-advogado de Lula. Líderes do Planalto trabalham para mapear a possível rejeição ao indicado, "construir a aprovação", para só então dar o sinal verde para a oficialização de Zanin.

Para reduzir a eventual rejeição por parte de parlamentares, os líderes governistas argumentam junto a insatisfeitos, entre moderados e apoiadores do governo, que as atuais demandas podem ser atendidas na próxima indicação de Lula ao STF, prevista para outubro, com a aposentadoria de Rosa Weber. As primeiras avaliações são de que o petista não poderá escapar da pressão por substituir a ministra por outra mulher, e, nesse caso, "fazer história", com a possível indicação da primeira negra a integrar o STF.

Lula e Maduro

Mais cedo, Lula se reuniu com Maduro no Palácio do Planalto. O petista avaliou o momento como histórico. O brasileiro também defendeu a entrada da Venezuela no Brics, grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que tem como objetivo a cooperação econômica e o desenvolvimento em conjunto dos países-membros.

Maduro não visitava o Brasil desde 2015. Durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), as relações diplomáticas entre os dois países foram rompidas. Após tomar posse neste ano, Lula retomou o diálogo com o governo de Maduro. 


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