8 de janeiro: Com danos estimados em R$ 20 milhões, restaurações prosseguem
Obras de arte e relíquias foram destruídas durante os ataques aos prédios dos Três Poderes
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Na tentativa de minimizar os prejuízos provocados aos prédios dos Três Poderes, em função dos ataques no dia 8 de janeiro, que ultrapassam a casa dos R$ 20,7 milhões, a Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou o bloqueio desses valores de bens de pessoas presas. Mesmo assim, o impacto da destruição tem cifras incalculáveis, como obras de arte e relíquias que foram destruídas.
No Senado, por exemplo, 14 obras foram danificadas durante os atos. A primeira a ser restaurada foi o quadro Trigal na Serra, produzido em 1967 pelo pintor brasileiro Guido Mondin. A tela será reposta na recepção da presidência da Casa. À agência Senado, a coordenadora do Museu da Casa, Maria Cristina Monteiro, afirmou que quatro quadros não poderão ser recuperados por conta do nível dos estragos e terão de ser repintados. Cadeiras históricas, puxadores especiais (em forma de brasão) e um tapete vermelho já foram restaurados.
O secretário-geral da Mesa, Gustavo Saboia, declarou que em menos de um mês os estragos foram quase todos recuperados. "Esses atos criminosos podem ferir a democracia, mas não vão matar. A grande mensagem que se pode passar é que as instituições seguem funcionando normalmente", ressaltou.
Já na Câmara dos Deputados, que também foi invadida e depredada, ocorreu apenas na semana passada a recolocação do muro escultórico de Athos Bulcão no Salão Verde. O painel em madeira que fica ao lado da entrada do plenário foi projetado a pedido de Oscar Niemeyer, nos anos 70. Durante a invasão, a peça foi danificada. Outro espaço que precisou ser recuperado foi o gabinete do Partido dos Trabalhadores.
Um dos locais mais afetados pela ação dos vândalos foi o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). Em cerca de 20 dias, o espaço foi totalmente recuperado e serviu de palco para a tradicional solenidade da abertura do ano Judiciário, no último dia 1º de fevereiro. Foi do prédio do Supremo que foi roubada a réplica da Constituição Federal. O item foi localizado durante as investigações e devolvido à presidente do STF, Rosa Weber.
No Planalto, entre os itens destruídos estava o relógio do século XVII que pertenceu a Dom João e foi trazido ao Brasil pela família real portuguesa.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) fez um relatório preliminar no qual identificou que a maioria dos danos eram reparáveis. Mas no caso das obras de arte muitas vão depender de “técnicas específicas para recuperação”.