AGU derruba liminar que suspendia nomeação de Moreira Franco

AGU derruba liminar que suspendia nomeação de Moreira Franco

Investigado na Lava Jato, ministro tinha tomado posse na Secretaria Geral da Presidência da República

AE

Investigado na Lava Jato, ministro tinha tomado posse na Secretaria Geral da Presidência da República

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A Advocacia Geral da União (AGU) informou na manhã desta quinta-feira, por meio de nota à imprensa, que derrubou na Justiça a liminar que suspendia a nomeação de Moreira Franco para o cargo de ministro da Secretaria Geral da Presidência da República.

"Em defesa de ato da Presidência da República, a Advocacia-Geral da União (AGU) derrubou, na Justiça, liminar que suspendia a nomeação de Moreira Franco para ministro da Secretaria-Geral. Em breve mais informações", diz a nota da assessoria de comunicação da AGU.

A liminar foi concedida ontem pelo juiz Eduardo Rocha Penteado, da 14ª Vara Federal do Distrito Federal, em resposta a uma ação popular contra a nomeação de Moreira Franco.

A nomeação

No último dia 3 de fevereiro, o presidente Michel Temer afirmou que a nomeação de Moreira Franco como ministro, foi uma "mera formalidade", pois o peemedebista já exercia informalmente a função como secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Citado na Operação Lava Jato, Moreira passou a ter foro privilegiado após assinar termo de posse em cerimônia no Palácio do Planalto. Questionado se a nomeação teria sido feita para proteger Moreira na Justiça, Temer respondeu: "vejam meu discurso".

Moreira Franco foi citado em delação premiada pelo ex-vice-presidente de relações institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho. Em anexo documental, Cláudio afirmou que a empresa teria pagado R$ 3 milhões em propina, e não doação eleitoral, para que Moreira Franco cancelasse uma obra. Na época, em 2014, Moreira Franco era ministro da Secretaria de Aviação Civil do governo de Dilma Rousseff. Com a homologação das delações da empreiteira, no início da semana, Moreira pode ser indiciado. O ministro nega irregularidades.

Ao fazer seu discurso de posse, Moreira Franco negou que tenho sido nomeado para obter foro privilegiado e disse que sua situação é distinta à do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando ele teve sua nomeação para a Casa Civil barrada pela Justiça. “Há uma diferença”, disse, após a cerimônia de posse. “Eu estou no governo, eu não estava fora do governo”, completou.

Questionado se não se sentia constrangido de chegar ao cargo e também ser alvo de citações em delação, Moreira repetiu que assume a Secretaria-Geral da Presidência para auxiliar o presidente Michel Temer na retomada da economia. “Não foi absolutamente com alguma nenhuma outra intenção se não a de dar mais eficiência, de dar mais força, mais material e conteúdo a ação do presidente e da Presidência”, afirmou.

O ministro disse ainda que enquanto estava como secretário-executivo do PPI, ele mesmo pediu para que ela não tivesse status de ministério. “Não há nenhuma tentativa de debelar uma crise política, porque não estamos vivendo uma crise política. O governo acaba de dar uma demonstração de força e de pujança”, afirmou.

O impedimento

Nessa última quarta-feira, a Justiça Federal em Brasília decidiu suspender a nomeação do ministro Moreira Franco para Secretaria-Geral da Presidência da República. A decisão liminar foi proferida pelo juiz Eduardo Rocha Penteado, da 14ª Vara Federal, e atendeu uma ação popular apresentada por três cidadãos.

Na decisão, o magistrado entendeu que a situação de Moreira Franco se a assemelha ao caso da nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil pela ex-presidente Dilma Rousseff, no ano passado. Na ocasião, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes suspendeu a nomeação de Lula por entender que a medida foi tomada para conceder foro privilegiado ao ex-presidente e evitar que ele fosse julgado nas ações da Lava Jato pelo juiz federal Sérgio Moro.

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