Apreensão de celular de Bolsonaro "poderá ter consequências imprevisíveis", diz Heleno
Chefe do gabinete de Segurança Institucional disse que ação "seria uma afronta à autoridade máxima do Executivo"
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O ministro chefe do gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Augusto Heleno, disse, em nota publicada nesta sexta-feira, que a apreensão do celular do presidente Jair Bolsonaro pode trazer "consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional". No documento, o general disse que o pedido é "inconcebível", "inacreditável" e uma "afronta à autoridade máxima do Poder Executivo e interferência inadmissível de outro poder, na privacidade do Presidente da República e na segurança institucional do País".
Heleno também alertou que tal atitude é uma evidente tentativa de comprometer a harmonia entre os poderes. A nota se refere às notícias-crimes recebidas pela Procuradoria-Geral da República que pedem novas providências dentro do inquérito que investiga a interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal (PF). Além do depoimento do presidente, há pedidos para busca e apreensão do celular dele e do telefone de Carlos Bolsonaro, filho do presidente e vereador no Rio de Janeiro.
Ainda hoje, deve acontecer a divulgação do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril. A abertura do sigilo foi autorizado pelo decano do Supremo Celso de Mello. Neste encontro, o presidente Jair Bolsonaro teria tentado interferir politicamente na PF, de acordo com informações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro.
Nota à Nação Brasileira. pic.twitter.com/aykS99h49K
— General Heleno (@gen_heleno) May 22, 2020