Arcabouço fiscal "não tem controle de gastos", afirma Mourão

Arcabouço fiscal "não tem controle de gastos", afirma Mourão

Após aprovação na Câmara, senadores devem analisar a matéria

Correio do Povo

Senador Hamilton Mourão esteve no programa "Agora", da Rádio Guaíba, nesta sexta-feira

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"Não há respeito ao controle de gastos", classificou o senador Hamilton Mourão (Republicanos) sobre o projeto do arcabouço fiscal, aprovado nesta semana na Câmara dos Deputados e que agora vai para o Senado. Mourão afirmou que os senadores já mantém conversas com o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD), para que a proposta não seja aprovada forma açodada e, assim, tenha mais tempo para articulação em torno da matéria.

A preocupação de parte dos parlamentares é quanto aos limites que travam as despesas. "(Dessa forma) o governo vai elevar em 10% a dívida ao final do mandato", estimou, em entrevista nesta sexta-feira, ao programa "Agora", da Rádio Guaíba.

Ainda em relação a situação financeira, o senador criticou o programa recém lançado pelo governo federal que prevê redução nos impostos para diminuir os preços de carros populares. "O governo tem que buscar atingir as metas (para aumentar a arrecadação) e isso não pode acontecer com aumento a incentivos fiscais", afirmou. O receio do parlamentar é de que, com isso, se utilize a reforma tributária, que ainda não foi apresentada, para compensar perdas de arrecadação. 

Judiciário na mira do Senado

Outro objetivo dos senadores do bloco da direita, como classificou Mourão, é discutir as propostas que tratam de alterações no Poder Judiciário, em especial no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o senador, há uma série de projetos esperando a "ação" de Pacheco e há pressão, tanto dentro da Casa, por parte dos senadores, quanto fora, da sociedade, para que esses textos comecem a ser discutidos. 

Para o senador, a Corte tem ultrapassado limites. Ao citar o caso envolvendo a fraude no cartão de vacinas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que tramita no inquérito das milícias digitais, ele chamou a investigação de "inquérito bombril, é mil e uma utilidades", porque não "delimita (nada) e abriga mil coisas". 

Ainda se referindo as ações do Judiciário, Mourão lamentou a perda do mandato do ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos), o que chamou de "usurpação da lei". "Eu pediria ao ministro (Benedito Gonçalves) os números da Mega (Sena), já que ele tem a capacidade de ver o futuro", disse Mourão, ao criticar os motivos da cassação do mandato do ex-deputado por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 


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