Bolsonaro critica ministros do STF e diz que Moraes quer incriminá-lo

Bolsonaro critica ministros do STF e diz que Moraes quer incriminá-lo

Para o presidente da República, inquérito do ministro não tem fundamento

AE

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira em entrevista à Rádio Guaíba e afirmou que Alexandre de Moraes, integrante da Corte, quer incriminá-lo. Moraes será empossado no próximo dia 16 presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e será o responsável pelas eleições brasileiras.

"Inquéritos do Alexandre de Moraes são completamente ilegais, imorais. É uma perseguição implacável por parte dele, a gente sabe o lado dele", afirmou o presidente em entrevista à Rádio Guaíba. "É maneira de jogar a rede e me incriminar em algum lugar. Moraes está fazendo tudo de errado e, no meu entender, não vai ter sucesso em seu intento final", acrescentou.

Bolsonaro citou o pedido da vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo de arquivamento de investigação contra ele por suposta violação de sigilo de inquérito da Polícia Federal. "O que Lindôra fez é dizer que esse inquérito do Moraes não tem fundamento", declarou o presidente.

Fux e Barroso

Em nova crítica a outro ministro do STF e ao sistema eleitoral brasileiro, o presidente defendeu nesta terça-feira que o presidente da Corte, Luiz Fux, deveria ser incluído no inquérito das fake news por ter defendido, na segunda-feira, dia 1º, a lisura das urnas eletrônicas durante seu discurso de abertura do semestre do Judiciário.

"Fux está no mínimo equivocado, ou é fake news. Deveria então o Fux estar respondendo no inquérito do Alexandre de Moraes das fake news, se fosse um inquérito sério", declarou o presidente. "Prezado Fux, qual país desenvolvido do mundo adota nosso sistema eleitoral? Que maravilha esse sistema eleitoral que ninguém quer".

Bolsonaro também fez críticas o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, a quem chamou de "criminoso" por ter articulado junto a parlamentares a rejeição à proposta do voto impresso defendida pelo governo, e voltou a convocar seus apoiadores para os atos de 7 de Setembro. "Vamos pela última vez às ruas para mostrar para aqueles surdos ministros do STF que o povo tem que ser o nosso norte", declarou na entrevista.

De acordo com Bolsonaro, os atos de 7 de Setembro terão, pela primeira vez, um desfile cívico-militar em Copacabana, no Rio. "O desfile deve durar no máximo uma hora, com tropas das Forças Armadas", revelou o presidente. "Da nossa parte, ninguém vai querer protesto para fechar isso, fechar aquilo. Moralmente tem instituições se fechando. Dá para a gente ganhar essa guerra dentro das quatro linhas", acrescentou. "Uma das frases mais mostradas lá deve ser a questão da transparência, em especial a eleitoral. Vamos ter eleições, mas queremos transparência".


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