Câmara aprova MP do Mais Médicos mesmo com problemas na articulação política do governo

Câmara aprova MP do Mais Médicos mesmo com problemas na articulação política do governo

Foram 353 votos favoráveis, 58 contrários e uma abstenção

AE

Desfile militar convocado pelo presidente será cenário de fundo do Congresso durante votação da proposta

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Apesar dos recados de insatisfação com o governo enviados nas últimas semanas por deputados, a Câmara aprovou nesta quarta-feira (14) a Medida Provisória (MP) que relançou o programa Mais Médicos. Foram 353 votos favoráveis, 58 contrários e uma abstenção.

O PL, partido de oposição que abriga o ex-presidente Jair Bolsonaro, liberou seus parlamentares para votarem como quisessem, enquanto todas as outras legendas apoiaram o texto, que segue agora para o plenário do Senado. A MP precisa ser aprovada no Congresso até 1º de agosto para não caducar.

A MP permite a prorrogação de contratos do Mais Médicos, programa criado no governo Dilma Rousseff para levar profissionais da saúde a áreas de difícil acesso no interior do País. O período de participação no programa sem a necessidade de revalidação do diploma passa de três para quatro anos. Além disso, médicos formados com apoio do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) terão benefícios para pagar a dívida.

Em acordo feito por líderes partidários, os deputados aprovaram um destaque do PL ao texto-base da MP para excluir uma mudança no Revalida - processo de reconhecimento de diplomas de medicina obtidos no exterior - que havia sido aprovada na comissão mista que analisou a medida.

O Revalida é uma das etapas para se obter o registro para exercício da medicina no País. A relatora da MP no colegiado, senadora Zenaide Maia (PSD-RN), havia incluído um dispositivo, agora retirado pelo plenário, que permitiria a dispensa da prova prática de habilidades clínicas aos candidatos aprovados em avaliações periódicas do exame.

A aprovação da medida ocorreu em meio à tentativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de resolver a crise política no Congresso. Duas semanas atrás, deputados insatisfeitos com o ritmo de liberação de emendas e de nomeação de aliados para cargos regionais ameaçaram derrubar a estrutura ministerial do governo, com a rejeição de uma MP.

Desde então, Lula entrou em campo, conversou com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e passou a negociar uma reforma ministerial para atender demandas do União Brasil. Mesmo assim, deputados dizem que a liberação das emendas e as nomeações ainda estão lentas.


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