Câmara de Porto Alegre: vereadores criticam ‘politicagem’ da CPI da CEEE Equatorial

Câmara de Porto Alegre: vereadores criticam ‘politicagem’ da CPI da CEEE Equatorial

Dez vereadores não assinaram o pedido de abertura da comissão, que buca investigar a atuação da concessionária de energia elétrica na Capital

Rafael Renkovski

Cláudia Araújo entregou ontem o requerimento ao presidente da Casa, Mauro Pinheiro (PL)

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Com 26 assinaturas colhidas, mais do que o dobro do mínimo necessário para a instalação, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação da CEEE Equatorial em Porto Alegre foi protocolada, ontem, na Câmara da Capital. Dez vereadores, no entanto, não assinaram o requerimento de autoria da vereadora Cláudia Araújo (PSD), vice-líder do governo municipal na Casa. Destes, sete integram partidos da base e dois independentes, além do presidente Mauro Pinheiro (PL).

Os argumentos para a não adesão à iniciativa da CPI, por parte dos vereadores, são semelhantes. Para o líder da bancada do Novo, Tiago Albrecht, “nesse momento não se faz necessária uma ação política” e sim “cobranças do Ministério Público, da Agergs, do Procon em cima da Equatorial, que está com uma péssima comunicação”. “Eu mesmo estou sem água”, relatou, apesar de considerar o prazo para religamento de energia “aceitável”.

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Na mesma linha, Jessé Sangalli (Cidadania), argumenta que “uma CPI aberta em momento de calamidade deve ter escopo específico ao problema em si, não podendo ser amplamente genérica e politiqueira”, afirmando ser favorável à comissão como “forma de pressionar a Equatorial a melhorar a sua transparência e comunicação com o Legislativo e Executivo, mas “sem abrir espaço para politicagem ideológica”.

Do partido do prefeito Sebastião Melo (MDB), a única a não assinar foi a vereadora Lourdes Sprenger. “Entendo que uma ação judicial teria um efeito mais rápido responsabilizando os gestores pelos danos causados em decorrência da situação caótica do que uma CPI no município, em ano eleitoral. Multas não resolveram a gestão para o melhor atendimento a população”, comentou.

Da sigla do governador Eduardo Leite (PSDB), o líder da bancada, Moisés Barboza, teceu críticas ao requerimento nas redes sociais. “Fica a pergunta: tu não acha mais útil ajudar de verdade os bairros do que fazer politicagem? Descruza os braços, faz a tua parte”, falou, em vídeo. Corrobora a vereadora Mônica Leal (PP), opinando que “essa CPI não vai dar em nada”.

Confira a lista dos vereadores que não assinaram a CPI:

  • Conselheiro Marcelo (PSDB)
  • Gilson Padeiro (PSDB)
  • Moisés Barboza (PSDB)
  • Ramiro Rosário (PSDB)
  • Mari Pimentel (Novo)
  • Tiago Albrecht (Novo)
  • Lourdes Sprenger (MDB)
  • Jessé Sangalli (Cidadania)
  • Mônica Leal (PP)
  • Mauro Pinheiro (presidente da Câmara, PL)

Briga pela relatoria

Já protocolada, a CPI será analisada pela Mesa Diretora na volta do recesso, no início de fevereiro. Além disso, aguarda o parecer favorável da procuradoria da Casa para ser instalada e definir os seus componentes a partir da proporcionalidade partidária.

A presidência da comissão ficará com a signatária Cláudia Araújo e a relatoria será votada entre os membros constituintes. O vereador Roberto Robaina (PSol), que lidera a oposição, garante que indicará alguém para a relatoria, mas que “a linha do governo certamente terá um indicado da confiança de Melo, que apoiou a privatização e que não irá defender os interesses dos consumidores”. Cláudia, a proponente, afirma que “todos podem concorrer, pois faz parte da democracia” e que a base governista ainda não tem um postulante para relator.

*Sob supervisão de Mauren Xavier


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