Câmara de Vereadores vota relatório do processo de impeachment contra parlamentar em Canoas

Câmara de Vereadores vota relatório do processo de impeachment contra parlamentar em Canoas

Restou comprovado, por 19 votos e 2, que a situação foi considerada uma grave afronta aos deveres funcionais inerentes ao exercício do mandato

Fernanda Bassôa

Vereador Giovanni Rocha, alvo de cassação, deve recorrer da decisão

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Após 13 horas de sessão especial, a Câmara de Vereadores de Canoas aprovou, na noite desta segunda-feira, a cassação do mandato do vereador Giovanni Martins da Rocha Costa (PSD). A decisão foi tomada por 19 votos a 2, durante o julgamento da denúncia que apurou possíveis irregularidades na atuação do parlamentar à frente do seu gabinete ao longo da atual gestão, configurando prática de infração político-administrativa.

O processo teve início em fevereiro deste ano, a partir de um pedido protocolado pelo advogado Jairo Wilson de Oliveira Silveira. A denúncia apontava que três servidores lotados no gabinete do parlamentar estariam recebendo salários sem exercer, de fato, suas funções. De acordo com o documento, os assessores atuavam em uma associação beneficente do município, durante o horário de expediente, o que, segundo o denunciante, poderia configurar desvio de função. A entidade beneficente mencionada seria presidida pelo cônjuge do vereador, o que levantou suspeitas de conflito de interesses e uso indevido da estrutura pública.

A apuração dos fatos foi conduzida por uma Comissão Processante formada por Gabriel Costantino (PT), como presidente; Aloísio Bamberg (PSDB), relator; e Rodrigo D'Ávila (Novo), membro. Após o período de instrução e análise da defesa do vereador, a comissão apresentou parecer favorável à cassação, que foi referendado pela ampla maioria do plenário. Neste sentido, restou comprovado que a situação foi considerada uma grave afronta aos deveres funcionais inerentes ao exercício do mandato eletivo, bem como ao princípio da moralidade administrativa.

O vereador Giovanni Martins da Rocha Costa que, durante todo o processo, sustentou que a denúncia apresentada contra si configurou instrumento de perseguição política, informou que deve recorrer da decisão. "Saio de cabeça erguida, com a consciência tranquila e com a certeza de que representei cada um dos 2.459 votos que recebi com dignidade, coragem e verdade. Fui julgado por disputas políticas e pessoais, não por erros no exercício do meu mandato. O que aconteceu nesta segunda-feira é uma injustiça, não contra mim, mas contra todos que acreditam numa política feita com presença, escuta e compromisso real com as pessoas. Meu trabalho não termina aqui. Vou continuar lutando por Canoas, porque ninguém cala quem tem verdade no coração e coragem na caminhada."

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