CEO da Vitamedic cita aumento no faturamento e anúncios pagos a favor do tratamento precoce

CEO da Vitamedic cita aumento no faturamento e anúncios pagos a favor do tratamento precoce

Em depoimento à CPI, empresário Jailton Batista afirmou que vendas de ivermectina aumentaram mais de 600% durante pandemia

Correio do Povo

Em depoimento à CPI, empresário Jailton Batista afirmou que vendas de ivermectina aumentaram mais de 600% durante pandemia

publicidade

Em depoimento à CPI da Covid, nesta quarta-feira, o diretor-executivo da Vitamedic, Jailton Batista, confirmou um aumento de mais de 600% nas vendas da empresa com a ivermectina durante a pandemia de Covid-19. O medicamento, que não tem eficácia comprovada contra o novo coronavírus, teve o consumo incentivado pelo presidente Jair Bolsonaro e faz parte do chamado kit-Covid. O CEO também confirmou aos parlamentares que sua empresa, uma das fabricantes do remédio no Brasil, financiou anúncios em jornais do país a favor do tratamento precoce para a Covid-19.

Durante a sabatina, Batista confirmou dados apresentados pelo relator da CPI, Renan Calheiros, que haviam sido repassados anteriormente pela empresa. Segundo os números, as vendas com ivermectina totalizaram R$ 15,7 milhões em 2019. No ano seguinte, já durante a crise da Covid-19, o faturamento com o produto foi de R$ 470 milhões, ou seja, 29 vezes maior. 

"Houve uma demanda do produto, nós somos fabricantes, nós produzimos o que o mercado demanda. Foi só isso", disse o diretor em resposta aos questionamentos. "Ele tem a indicação terapêutica para outras doenças. Para qualquer produto nosso, a gente vai produzindo conforme a demanda do mercado", explicou.

Sobre o financiamento de anúncio a favor do tratamento precoce, Jailton Batista afirmou que o pedido foi feito pela Associação Médicos pela Vida e a empresa prontamente aceitou custear as publicações em vários meios de comunicação do que chamou de "estudo técnico" dos profissionais de saúde. O custo total para a empresa foi de R$ 717 mil, contou Batista.

Relatório final da CPI deve responsabilizar União de mortes por Covid-19

Durante a sessão, os parlamentares da CPI da Covid afirmaram que o relatório final da comissão, a ser concluído nos próximos meses, deverá responsabilizar a União de mortes ocorridas em razão da pandemia. Além disso, a indenização também deve chegar nas pessoas que tiveram efeitos colaterais pelo uso dos remédios sem eficácia comprovada.

Os senadores também sinalizaram que o relatório final deverá recomendar às advocacias da União nos estados para que atuem em solidariedade aos parentes de vítimas. "São pessoas que perderam entes queridos, muitos deles que estão sequelados, que a advocacia ajude essas pessoas a entrar na justiça pedindo a indenização por esse crime absurdo", disse Randolfe Rodrigues, vice-presidente da Comissão.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895