CNJ dá prazo de 15 dias para Moro explicar quebra de sigilo de delação de Palocci

CNJ dá prazo de 15 dias para Moro explicar quebra de sigilo de delação de Palocci

Ministro Humberto Martins respondeu a reclamação disciplinar por parte de advogados do PT

Agência Brasil

Ministro Humberto Martins respondeu a reclamação disciplinar por parte de advogados do PT

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O corregedor Nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, concedeu nesta quinta-feira o prazo de 15 dias para que o juiz federal Sérgio Moro se manifeste sobre a quebra de sigilo de parte dos depoimentos da delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci. Martins respondeu ao pedido de providências do PT sobre a questão.

Após receber as informações, o ministro deve decidir a reclamação disciplinar, que foi protocolada no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Na reclamação, o PT afirma que Moro "desvirtuou de seu dever de serenidade" ao tornar público o conteúdo da delação a seis dias do primeiro turno das eleições. Segundo o partido, o juiz inflamou a sociedade "a partir de documentos que não passaram pelo crivo do contraditório”.

Na segunda-feira, Moro decidiu dar publicidade a alguns depoimentos por entender que não há risco às investigações da ação penal a que Palocci responde na Operação Lava Jato e que o fato possibilitaria o contraditório por parte da defesa de Lula. Os depoimentos estavam em segredo de Justiça desde a homologação pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

Nos depoimentos, Palocci afirmou que as campanhas do PT em 2010 e 2014 custaram R$ 1,4 bilhão e teriam sido financiadas majoritariamente com recursos ilícitos. O ex-ministro também disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabia do loteamento de cargos na Petrobras para financiar as campanhas da legenda.

Para a defesa de Lula, Palocci mentiu para obter benefícios que vão, desde a redução de sua pena até a possibilidade de “perdão judicial” - e da manutenção de parte substancial dos valores encontrados em suas contas bancárias. O PT sustenta que as delações são "mentirosas, sem credibilidade e negociadas em troca de benefícios penais e financeiros".


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