DEM aciona STF para que Pimentel se torne réu no STJ sem assembleia

DEM aciona STF para que Pimentel se torne réu no STJ sem assembleia

Denúncia contra governador mineiro faz parte da Operação Acrônimo

AE

Denúncia contra governador mineiro faz parte da Operação Acrônimo

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O Democratas (DEM) entrou na segunda-feira, com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir que a Assembleia Legislativa mineira tenha autorização para barrar a denúncia contra o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), na Operação Acrônimo. O processo está sob a análise do ministro Edson Fachin.

De acordo como DEM, o constituinte mineiro optou legitimamente por dispensar a permissão legislativa para afastar o governador do Estado quando ele for alvo de denúncia por crime comum. A peça enviada ao STF afirma que a autorização prévia prevista na maioria das constituições estaduais serve para blindar governadores, que podem contar com proteção política.

A argumentação foi incluída numa ação direta de inconstitucionalidade, em que o partido de oposição ao governo de Pimentel pede que o STF declare a ilegalidade do trecho "ou a queixa" no artigo da Constituição do Estado de Minas Gerais que diz: "o governador será suspenso de suas funções nos crimes comuns, se recebida a denúncia ou a queixa pelo Superior Tribunal de Justiça".

Para o DEM, O afastamento de uma autoridade pública legitimamente eleita é uma medida suficientemente grave para ser admitida com base em recebimento de uma ação penal privada, como é um caso de queixa. O instrumento é usado para crimes de injúria e difamação que, segundo o partido, tem menor potencial ofensivo.

A defesa de Pimentel afirma que a denúncia contra ele só pode ser aceita pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) com autorização da assembleia mineira. O ministro do STF Celso de Mello, relator de uma ação que tenta garantir esse trâmite, determinou que a Corte Especial do Tribunal avalie o caso. O despacho suspendeu a análise da denúncia até o julgamento do recurso.

O advogado de Pimentel, Eugênio Pacelli, alega que, conforme a Constituição Federal, só cabe o afastamento do chefe do Executivo, "em qualquer âmbito de governo, caso haja aprovação por dois terços do respectivo Poder Legislativo". A previsão serve para o caso de afastamento do presidente da República, como ocorreu com a presidente afastada Dilma Rousseff.

O governador mineiro é acusado de receber propina da montadora de veículos CAOA para favorecê-la no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, pasta que ele comandou de 2011 a 2014. O governador e a empresa negam irregularidades. Se a denúncia for aceita, o petista passa à condição de réu em ação penal que correrá perante o STJ.

Na denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República no mês passado, a vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, defende o recebimento da acusação pelo STJ sem autorização prévia da Assembleia Legislativa mineira. Ela sustenta que, diferentemente do que ocorre em outros estados, a legislação de Minas não prevê o aval do Legislativo nestes casos.

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