O presidente nacional do Progressistas (PP) e senador Ciro Nogueira (PI) afirmou neste domingo (12) que a postura do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos causou um "prejuízo gigantesco" ao cenário político da direita no Brasil. A declaração foi dada durante participação no programa Canal Livre, da Band.
Ciro Nogueira avaliou que as ações do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro no exterior, que incluíram articulações para sanções e tarifas contra o Brasil, além de atuações diretas contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), desviaram o foco político. Segundo o senador, o alvo principal deveria ser o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e não os magistrados.
Com a "rejeição muito grande" por parte da população em relação ao "tarifaço" resultante dessas ações, o presidente do PP considerou que, no momento, é inviável a candidatura de qualquer nome da família Bolsonaro para a Presidência da República. Ele evitou discutir composições de chapa, alegando que o foco deve ser primeiramente a definição do cabeça de chapa.
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Saúde de Bolsonaro e condição carcerária
Durante o programa, Ciro Nogueira também comentou sobre a condição do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está em prisão domiciliar. O senador, que tem visitado Bolsonaro, avaliou que o ex-mandatário está claramente com a saúde debilitada e que é "inviável" falar em prisão em um regime carcerário.
"Não tem a menor condição de ele ir para a prisão por conta da questão de saúde de Bolsonaro", disse Ciro Nogueira. Ele fez referência ao ataque a faca que Bolsonaro sofreu em 2018, afirmando: "Infelizmente, um dia, nós vamos perder [Bolsonaro] por conta dessa facada. Eu estou lá o tempo todo com ele, ele não é uma pessoa saudável, não tem a menor condição de uma pessoa como essa ser colocada em um presídio. Porque se fizer eles vão matá-lo. Não tenha dúvida de que isso vai acontecer, infelizmente".
Defesa da votação da PEC da Anistia
Ciro Nogueira defendeu ainda a necessidade de o Congresso votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Anistia, que beneficiaria o ex-presidente. Segundo o senador, 40% da população defende a dosimetria no lugar da anistia, e ele acredita que o projeto "com certeza passaria", com o apoio dos partidos de centro.
O presidente do PP elogiou o trabalho de articulação do relator, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), que busca um texto que não seja invalidado pelo STF. Para Nogueira, nenhuma matéria deve ser impedida de ser votada em uma democracia, e a discussão interminável em torno da PEC da Anistia tem prejudicado o país ao colocar em segundo plano o que realmente interessa à população. "O impasse em torno do tema não pode ficar eternamente sem solução", argumentou.