Elcio Franco diz que negociação por Coronavac nunca foi interrompida

Elcio Franco diz que negociação por Coronavac nunca foi interrompida

Ex-secretário do Ministério da Saúde declara à CPI da Covid que pasta não comprou vacina em 2020 por que ela estava em estudo

R7

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O ex-secretário executivo do Ministério da Saúde, coronel Antônio Elcio Franco, afirmou nesta quarta-feira (9), à CPI da Covid, que o governo não tinha como comprar lotes da Coronavac em 2020 por que a vacina ainda estava em estudos da fase 3.  

"A fase 3 de estudos clínicos também é considerada um cemitério de vacinas, porque pode haver o insucesso no desenvolvimento. Então o acompanhamento constante do desenvolvimento ocorria por parte do ministério justamente por essa dúvida sobre essa fase", explicou. "A incerteza em relação às vacinas é muito grande", acrescentou o ex-secretário-executivo.

Franco citou ainda que problemas na legislação brasileira, sanados com uma alteração aprovada pelo Congresso Nacional em janeiro de 2021, não permitiriam a aquisição de imunizantes sem aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Avisos ao Butantan 

Segundo o número 2 do general Eduardo Pazuello, durante sua gestão à frente da pasta, ele avisou ao Butantan algumas vezes que não seria possível comparar a situação da Coronavac com o investimento na solução tecnológica pensada pelo governo federal para a produção do imunizante no Brasil, feito com a Fiocruz.

O diretor do Butantan, Dimas Covas, na mesma CPI, reclamou que o governo federal investiu R$ 1,9 bilhão na vacina AstraZeneca, produzida pela Fiocruz, mas não pôs um centavo nas pesquisas da Coronavac, talvez por ter sido desenvolvida por um laboratório da China, a Sinovac.

Questionado se houve interrupção das conversas com o Butantan após o presidente Jair Bolsonaro declarar em outubro de 2020 que não compraria a vacina da China, Elcio Franco disse que não houve interrupção das conversas. 

O ex-secretário afirmou que Dimas Covas e sua equipe tinham seu celular e poderiam conversar com ele a qualquer momento. Elcio Franco falou que a orientação do ministro Pazuello e do presidente da República, Jair Bolsonaro, sempre foi a de que tentasse comprar o maior número de vacinas possível, dentro do que permitia a legislação.


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