Eleições 2024: PT adia reunião que decidirá nome para a chapa majoritária em Porto Alegre

Eleições 2024: PT adia reunião que decidirá nome para a chapa majoritária em Porto Alegre

Encontro do diretório, que ocorreria na noite desta quarta, foi transferido para sexta-feira. Deputada Maria do Rosário tem maioria, mas partido quer ampliar consenso e evitar votação no colegiado

Flavia Bemfica

Maria do Rosário admite medo de ser agredida por Bolsonaro

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O PT de Porto Alegre adiou para a noite de sexta-feira, 27, a reunião de seu diretório municipal, que inicialmente ocorreria nesta quarta, e para a qual eram aguardadas duas decisões com reflexo direto sobre as eleições de 2024 na Capital. A primeira das decisões, que agora ficou para sexta, é a definição do nome que o partido pretende apresentar como o que vai integrar a chapa majoritária na corrida eleitoral do ano que vem. A deputada federal Maria do Rosário e a estadual Sofia Cavedon postulam a indicação.

Rosário tem maioria entre as forças que compõem o diretório, mas o entendimento, na reunião da executiva, foi de que é necessário aumentar o consenso em torno de seu nome. Os grupos que a apoiam querem evitar uma votação no diretório porque consideram um desgaste desnecessário, mesmo que interno. Por isso, pretendem usar os três dias de prazo para a construção de articulações laterais. Os movimentos ocorrem após os apoiadores de Sofia seguirem com a disposição de manter sua postulação, apesar de, nas últimas semanas, ter corrido internamente a sinalização de que a deputada abriria mão da indicação em favor de Rosário. “O importante é que temos maturidade e um processo de construção com muito diálogo”, desconversa a presidente do PT da Capital, Maria Celeste.

O PT precisa estar com a indicação definida no sábado, para quando marcou dois eventos. Uma conferência na qual vai apresentar a consolidação de todas as discussões que realizou nos últimos meses como preparatórias às eleições de 2024. E o ato político para anunciar qual de suas lideranças vai compor a chapa majoritária e participar, desde já, das negociações para sua formação. Para o ato foram convidados representantes de partidos de centro-esquerda, entre eles os federados PCdoB e PV, os da federação PSol/Rede, e o PDT.

A segunda decisão que ficou para sexta foi a de como o partido pretende se posicionar a respeito da realização de primárias entre um pré-candidato da federação PT/PCdoB/PV e outro da federação PSol/Rede, como forma de definir qual deles será o candidato a prefeito de uma eventual frente de esquerda. As primárias, um nome alternativo para prévias, são uma condição do PSol para encaminhar a união. Nelas, a decisão ocorre no voto. No PSol, quem desponta como favorita para uma indicação, neste momento, é a deputada federal Fernanda Melchionna.

Em tese, lideranças do PT e do PCdoB apoiam as primárias. Mas há uma série de divergências internas sobre como realizar o processo e em qual momento. Na semana passada, a deputada Sofia Cavedon anunciou que apresentaria um requerimento na reunião do diretório, para que o partido se posicionasse sobre as primárias, e informou que a proposta já vinha sendo trabalhada com diferentes correntes dentro da legenda. O anúncio, contudo, pegou de surpresa a direção partidária, que negou a existência de debates internos prévios sobre o tema.

Entre petistas, a ação da deputada aumentou as desconfianças sobre a existência de uma estratégia dupla por parte de seus articuladores: apesar de sinalizarem a retirada de seu nome, se moveram no sentido de ganhar peso e prestígio nas negociações com o PSol. O ‘timing’ do movimento também gerou ruídos dentro da federação, com o PCdoB e o PV. Na terça-feira a ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB) foi ao Instagram explicitar suas posições.


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