Eleições 2024: quais são as estratégias dos candidatos sem tempo de rádio e TV em Porto Alegre

Eleições 2024: quais são as estratégias dos candidatos sem tempo de rádio e TV em Porto Alegre

Dos oito postulantes ao Paço Municipal, cinco precisarão alavancar as suas campanhas sem o horário eleitoral gratuito, que começa na próxima sexta-feira, 30

Rafael Renkovski

Candidatos sem tempo de rádio e TV em Porto Alegre buscarão alternativas para as campanhas

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A partir desta sexta-feira, 30, começa o horário eleitoral em rádio e televisão. Em Porto Alegre, porém, apenas três candidatos à prefeitura — Sebastião Melo (MDB), Maria do Rosário (PT) e Juliana Brizola (PDT) — terão tempo de propaganda, já que integram coligações com representação suficiente no Congresso Nacional. Outros cinco postulantes ao Paço Municipal precisarão encontrar estratégias para alavancarem as suas campanhas.

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A aposta do candidato do Novo, Felipe Camozzato, será nas redes sociais, assim como nos primeiros dias de campanha. Segundo o coordenador de campanha, Frederico Cosentino, o candidato tem um engajamento muito relevante nas redes sociais, complementando que “esta é uma eleição menos nichada do que a proporcional”, então é preciso, também, “‘gastar a sola do sapato’ para conversar e dialogar com todos”.

Além disso, Cosentino comenta que será preciso “criatividade” para compensar a ausência na propaganda em televisão. “A população está cansada de ouvir os programas eleitorais. O desafio é mostrar que aquilo é mais do mesmo”, falou.

No PRTB, que lançou o empresário Carlos Alan para a prefeitura da Capital, a tentativa de angariar votos é por meio da formação de uma rede de apoiadores. “Tiramos fotos com dez pessoas-chave e colocamos nas redes sociais. Essas dez pessoas chamam mais dez e por aí vai”, diz a coordenadora da campanha, Shaiane Castro.

O foco, segundo ela, é nas redes sociais, com impulsionamento de publicações, e nos grupos nos quais o candidato tem boa inserção, como o empresariado e a maçonaria. Tudo isso, gastando pouco com material impresso, como panfletos e adesivos. “Estamos tentando uma campanha mais limpa possível”, conta.

“Dialogar com os trabalhadores e a população pobre de que as promessas que ouvem dos candidatos privilegiados não serão cumpridas”. É assim que define João Gomes, colaborador da campanha da candidata Fabiana Sanguiné (PSTU), sobre os próximos passos. Ele também critica que apenas três candidatos tenham tempo de propaganda gratuita e se diz surpreso de que “a frente que representa a candidatura de Rosário não esteja sequer exigindo a presença de todos e todas nos debates e demais espaços”.

Gomes complementa que a campanha trabalhará com “ambas as realidades: presencial e virtual”. “Hoje as pessoas têm nas redes sociais um instrumento de comunicação bastante presente no seu dia a dia. Isso não significa que seja gratuito, como alguns possam pensar”, fala.

Corroborando com as críticas à falta de espaço para propagandas eleitorais, o candidato da UP, Luciano Schafer, “continuará nas ruas, nos terminais de ônibus, porta em porta, olho no olho da população”, conforme o coordenador da campanha, Vinícius Stone. “Esse é o nosso foco na campanha e também fora do período eleitoral, desde sempre”, acrescenta Stone.

“Nosso foco é o povo, a rua. Certamente usaremos as redes digitais para mostrar nossas atividades, as ações dos nossos candidatos, mas o foco principal é a rua. Inclusive, estaremos nas ruas denunciando a falta de democracia nas eleições”, afirma.

O candidato César Pontes, do PCO, por meio de sua assessoria, não respondeu ao contato da reportagem.

*Sob supervisão de Mauren Xavier


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895