Eleitores enfrentam filas durante votação na Capital

Eleitores enfrentam filas durante votação na Capital

Propaganda eleitoral presente em vários pontos de votação nas zonas Leste e Norte

Felipe Samuel

Na Escola Estadual República Argentina, centenas de panfletos foram deixados na calçada

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Os primeiros eleitores começaram a chegar aos locais de votação na Capital antes das 7h, horário marcado para abertura das urnas. Quem optou por ir cedo às seções não enfrentou maiores dificuldades, mas a partir do meio da manhã algumas zonas eleitorais localizadas nas regiões Norte e Leste registraram filas e aglomerações. Muitas pessoas reclamavam da falta de informações e das dificuldades para encontrar o local correto para votação. A maioria dos eleitores usava máscaras de proteção. Houve registro de boca de urna e, pelo menos, uma pessoa acabou detida, além de relatos de falta de mesários.

No Colégio Estadual Rubem Berta, na zona Norte, o movimento foi intenso e longas filas se formaram pelos corredores. No acesso à escola, mais uma vez uma cena se repetiu com panfletos e santinhos de candidatos ocupando parte da calçada. No Colégio Santa Inês, no bairro Petrópolis, eleitores que portavam bandeiras partidárias em frente à instituição foram detidos pela Brigada Militar. Na Escola Estadual República Argentina, também houve registro de filas. Na entrada, centenas de panfletos deixados na calçada eram pisoteados por eleitores. 

Filas e longo tempo de espera

No Salão Paroquial da Igreja São Sebastião, no bairro Petrópolis, eleitores reclamavam do longo tempo de espera nas filas, embora os idosos - por terem preferência - conseguissem votar com rapidez. “Os mesários não têm listagem dos eleitores e o 148 (disque eleições do TRE-RS) está congestionado”, salienta a jornalista Cláudia Oliveira. Ela destaca que havia dificuldades para acessar o aplicativo móvel para obtenção da via digital do título de eleitor, o e-Título. “Ontem levei quase 3 horas para baixar aplicativo”, completa. Quem chegou ao local notou uma fila que se estendia pela avenida Caçapava. “Fazia muito tempo que eu não via uma fila tão extensa”, observa. 

O médico emergencista Amir Taha, 63, foi o primeiro a chegar no Colégio São João La Salle, na zona Norte. Às 6h30min, ele já aguardava a abertura do portão. Com máscara de proteção e título eleitoral em mãos, Taha explica que votaria cedo para substituir os colegas que trabalham na UPA Canudos, em Novo Hamburgo. Sobre os cuidados para evitar a propagação do novo coronavírus, ele alerta para a importância de a população respeitar as recomendações das autoridades de saúde. "É necessário usar máscara, não só por si próprio mas pelas pessoas do seu convívio", frisa.

Na avaliação de Taha, as restrições de circulação e a necessidade de distanciamento social exigem cuidado redobrado. “Gostaria que fosse em outra época, sem pandemia, que a gente pudesse estar tranquilo, conversando, podendo estar um pouquinho mais próximos. Infelizmente, a pandemia nos deixa nessa situação que estamos agora. Estou torcendo para que a gente consiga chegar com menos índice de mortes possível e com maior índice de cura”, completa. Próximo do local, vários santinhos e panfletos de diversos candidatos estavam espalhados na via pública.

"Nunca furei eleições"

A aposentada Marizia Mendes, 81 anos, fez questão de exercer o direito de votar e se dirigiu ainda pela manhã ao Colégio Pastor Dohms, no bairro Higienópolis, onde também havia vários santinhos espalhados na rua. Com dificuldades para se locomover por conta de um problema no quadril, Marizia contava com auxílio de uma muleta. Com fila reduzida no local, ingressou com facilidade na seção e votou em menos de cinco minutos. Marizia afirma que é fundamental participar do pleito. “Estou me sentindo bem por ter vindo. Nunca furei eleições, sempre quis exercer o direito de votar desde a primeira vez”, revela.


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