Ex-paciente da Prevent: "Tentaram me colocar nos cuidados paliativos"

Ex-paciente da Prevent: "Tentaram me colocar nos cuidados paliativos"

Frederico Andrade revelou que equipamentos seriam desligados por conta do tipo de tratamento que foi escolhido

R7

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O aposentado Tadeu Frederico Andrade, 65 anos, chegou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 para prestar depoimento, nesta quinta-feira (7), por volta das 10h. O advogado depõe na condição de ex-paciente da operadora de Saúde Prevent Senior. Também como testemunha importante dos eventos relatados na denúncia, será ouvido o ex-médico da Prevent, Walter Correa de Souza Neto, neste último dia de oitivas da comissão. 

Tadeu contou que foi diagnosticado com Covid-19, e, ao fazer uma teleconsulta pela operadora de saúde, um motoboy lhe entregou um ''kit Covid'' — conjunto de medicamentos ineficazes para o tratamento precoce da doença. Após cinco dias de medicação, o estado de saúde piorou e ele foi internado em uma unidade de terapia intensiva (UTI).

"A minha internação foi tardia. Foi uma semana depois dos sintomas. Quando fui internado, já estava com uma pneumonia bacteriana avançada e fui internado imediatamente", explicou. O aposentado ficou internado por 120 dias.

Durante esse período, ele foi intubado e, segundo ele, o hospital tentou colocá-lo em um leito híbrido de cuidados paliativos, um espaço que foca na pessoa e não na doença nos casos de pacientes que estão vivendo seus últimos dias. "Ou seja, eu teria os meus equipamentos desligados, aplicaria bomba de morfina e eu morreria. Minha família se insurgiu, ameaçou buscar a Justiça, ameaçou chamar a mídia, e eles recuaram. Hoje, estou vivo", destacou.

Walter Correa, que também prestará depoimento na condição de testemunha, obteve no Supremo Tribunal Federal (STF), na última quarta (6), o direito a ficar em silêncio e não responder a perguntas que possam incriminá-lo ou interferir no sigilo profissional.


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