Flávio Dino manda PF investigar programa da Abin usado para investigar cidadãos

Flávio Dino manda PF investigar programa da Abin usado para investigar cidadãos

Ferramenta da Agência Brasileira de Inteligência teria sido utilizada para localizar pessoas, de forma indevida, entre 2018 e 2021

R7

Ministro Flávio Dino

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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, determinou nesta quarta-feira que a Polícia Federal (PF) investigue o possível programa de espionagem da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) utilizado para localizar cidadãos, de forma indevida, entre 2018 e 2021.

No ofício enviado ao novo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, o ministro afirma que a instituição teria contratado, em caráter sigiloso, um sistema secreto para monitorar os passos de proprietários de aparelhos de telefonia móvel. "Com essa ferramenta tecnológica, a Abin conseguiria acessar o histórico de deslocamentos e receber alertas em tempo real", afirma.

A determinação do ministro à PF tem como argumento a possibilidade de os fatos configurarem "crimes contra a Administração Pública e de associação criminosa tipificados no Código Penal, entre outros" e causarem "lesões a serviços e interesses da União".

Dino lembra que cabe à Polícia Federal "apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas".

De acordo com a Abin, o contrato do programa iniciou em 26 de dezembro de 2018 e encerrou em 8 de maio de 2021. A ferramenta não está sendo utilizada desde então, segundo a agência.

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que foi diretor da Abin no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), também confirmou a existência do programa, mas negou qualquer tipo de irregularidade relacionada à ferramenta.

"Essa ferramenta foi adquirida em 2018, antes do governo Bolsonaro e de minha gestão. Em 2019, ao assumir o órgão, procedemos verificação formal do amparo legal de todos os contratos. Para essa ferramenta, instauramos ainda correição específica para afirmar a regular utilização dentro da legalidade pelos seus administradores, cumprindo transparência e austeridade", afirmou o parlamentar.


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