A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse nesta terça-feira, 14, que o ex-presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira (PP-AL), a procurou para dizer que "integra a base e quer ajudar" o governo. À CNN, a ministra negou que, durante encontro pedido por Lira, ele tenha buscado tentar manter seus indicados a cargos.
No momento, o governo demite indicados pelos 251 deputados que votaram contra a MP alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Como mostrou o Estadão, Gleisi garantiu ao deputado que o presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, será mantido no cargo. Ele foi indicado em 2023, quando Lira era presidente da Câmara.
"Lira não veio negociar comigo em nome de nenhum partido ou conjunto de partidos. Ele veio conversar sobre a situação dele no governo, reafirmar que integra a base e que quer ajudar, mas não veio para negociar não", afirmou Gleisi.
Ao Estadão, a ministra disse na segunda-feira, 13, que a demissão de indicados por deputados que votaram contra a Medida Provisória 1303 está sendo feita para "reorganizar a base". "Quem votou contra optou por sair do governo. Queremos saber com quem podemos contar, quem realmente está com o governo, e isso vale para todos. O corte não é partidário", declarou.
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O movimento ocorre por ordem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e tem no horizonte as eleições de 2026 e o fortalecimento de sua campanha. Até agora, perderam cargos vários indicados do PP, União Brasil, PSD, MDB e PL para postos de comando em bancos e estatais como Caixa Econômica Federal, Correios e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Também foram feitos cortes em superintendências regionais no Ministério da Agricultura, na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).