Governador do Paraná lamenta assassinato de petista e pede fim de intolerância

Governador do Paraná lamenta assassinato de petista e pede fim de intolerância

Guarda municipal foi morto em festa de aniversário com tema do PT por policial penal apoiador do presidente Jair Bolsonaro

R7

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O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), lamentou neste domingo o assassinato do militante do Partido dos Trabalhadores (PT) e guarda municipal Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos. Ele foi morto nesta madrugada em sua festa de aniversário, que tinha a decoração em alusão ao PT, pelo policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, apoiador do presidente Jair Bolsonaro, em Foz do Iguaçu (PR).

"O governador Carlos Massa Ratinho Junior lamenta profundamente o episódio que culminou com a morte do guarda municipal Marcelo Aloizio de Arruda, em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná. Ele determinou que todos os procedimentos de apuração dos fatos, já instalados pela Polícia Civil, tenham celeridade. Também afirmou que é preciso dar um basta na intolerância e na falta de respeito entre pessoas com opiniões divergentes", informa nota enviada pela assessoria do governo.

Marcelo Arruda foi baleado por Jorge Guaranho, e reagiu à agressão, atirando contra o policial penal, que está internado em estado grave, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Paraná (SESP/PR). A Polícia Civil investiga se o crime foi motivado por divergências políticas.

O guarda municipal foi candidato a vice-prefeito da cidade pelo PT nas eleições de 2020. O boletim de ocorrência da Polícia Civil informa que, segundo relatos de testemunhas, Guaranho era desconhecido de todos na festa. Ele chegou ao local de carro, acompanhado de uma mulher e uma criança. Com uma arma em punho, gritou "Aqui é Bolsonaro" e saiu. Nas redes sociais, o policial penal tem diversas publicações em apoio ao Presidente da República.

Conforme os relatos que constam no boletim de ocorrência, vinte minutos depois, o policial penal retornou ainda armado e sozinho. A esposa do aniversariante, que é policial civil, se identificou no momento em que Marcelo Arruda também informou que era guarda civil e sacou sua arma. Foi quando Jorge Guaranho efetuou dois disparos na direção de Arruda, que mesmo atingido e caído no chão revidou os tiros.

A delegada da Polícia Civil Iane Cardoso explicou que, segundo testemunhas, o policial penal chegou à festa de Arruda ouvindo uma música que remetia ao presidente Bolsonaro. De acordo com ela, pelas imagens, é possível observar que Guaranho chegou à festa, falou alguma coisa enquanto Arruda pedia que ele fosse embora.

Guaranho saiu, mas, em seguida, retornou e falou outra coisa. Quando o policial penal se retirou, Arruda atirou pedras contra o veículo que ele conduzia, explicou a delegada. O policial penal, então, disse que iria retornar, o que o fez minutos depois, ocasião em que disparou contra o guarda municipal.

Inicialmente, a Polícia Civil afirmou que o Guaranho havia morrido. A informação foi corrigida pela delegada Iane Cardoso, que disse em entrevista coletiva que Guaranho está vivo. "O agente penal não veio a óbito. Ele está em estado estável e foi autuado em flagrante. O delegado que estava de plantão autuou o indivíduo em flagrante delito. Ele etá custodiado pela Polícia Militar enquanto recebe auxílio médico", disse.

A SESP-PR informou ainda que a Polícia Civil está investigando o caso, com análise de imagens de câmera de segurança e oitiva de testemunhas. "A Polícia Científica está atuando no procedimento pericial que auxiliará para que os fatos sejam esclarecidos e o inquérito policial relatado e encaminhado à Justiça."


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