Granpal cobra de Leite detalhamento da readequação do Assistir no RS

Em uma reunião com momentos descritos como “estressantes”, a readequação do programa Assistir, que repassa recursos do Estado para hospitais gaúchos, voltou a ser pauta entre o governador Eduardo Leite (PSDB) e a Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal), na tarde desta quinta-feira, no Piratini.

No encontro, mobilizado pela entidade, que teve a presença da secretária da Saúde, Arita Bergamann, e do secretário-chefe da Casa Civil em exercício, Gustavo Paim, Leite comprometeu-se a publicizar aos prefeitos a tabela com o novo regramento até segunda-feira, segundo os gestores.

“No ano passado acordamos com o Estado a constituição de um grupo de trabalho para revisar os critérios do programa Assistir. Esse grupo concluiu uma proposta encaminhada ao governador e ainda não tínhamos recebido o retorno”, disse o prefeito de Esteio e presidente da Granpal, Leonardo Pascoal (PP).

A partir do recebimento da tabela, hospitais poderão apresentar propostas de ampliação de oferta de serviços ao Estado, dentro dos novos critérios, para tentar reduzir ou equacionar as perdas.

“Nós acordamos que os hospitais interessados possam elaborar seus planos e encaminhar para a Secretaria Estadual da Saúde. Pedimos que, antes de ser ofertadas a possibilidade de ampliar serviço para novos prestadores, que esses que têm a perspectiva de redução possam ser atendidos primeiro. Aqueles que tem capacidade instalada e condições de ampliar ofertas”, explica.

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Conforme o prefeito em exercício de Novo Hamburgo, Márcio Lüders (Cidadania), o governador sinalizou uma revisão parcial, sem dar maiores detalhes. Volmir Rodrigues (PP), de Sapucaia do Sul, afirmou que seria “leviano” falar sobre as perdas antes do recebimento da tabela e lembrou que, no caso do hospital da cidade, houve ampliação de leitos em determinadas especialidades.

Já Ary Vanazzi (PT), prefeito de São Leopoldo, adotou tom mais crítico ao se manifestar em rede social, chamando o programa de “desassistir”. “E novamente Eduardo Leite mostra disposição de retirar verbas dos hospitais aqui da região, fazendo com que a população perca atendimento em serviços fundamentais na área hospitalar.” Ele projeta perdas de R$ 1,5 por ano no hospital do município, prejudicando especialidades.

Também participaram pela Granpal, além dos citados, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), de Canoas, Nedy de Vargas (Avante), e o prefeito de Viamão, Nilton Magalhães (PSDB).

A entidade prevê uma redução significativa de recursos nos hospitais públicos, totalizando uma perda de R$200 milhões e “podendo causar quatro mil mortes”. A associação lançou campanha publicitária de alerta para os cidadãos sobre o cenário, incentivando que os representantes políticos da região sejam pressionados para evitarem a retirada dos recursos.