Justiça Federal quer novo mapa de câmeras na casa de Lúcio Funaro
Defesa tem prazo de 10 dias para apresentar novos documentos
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A determinação foi dada após ser constatado "que a imagem utilizada para mapear a distribuição das câmeras não abrange a totalidade da área ocupada pela propriedade onde [Funaro] se encontra cumprindo prisão domiciliar", escreveu o magistrado no despacho de terça-feira.
Em 19 de dezembro do ano passado, Funaro foi autorizado pelo juiz federal Vallisney de Souza Oliveira a deixar a penitenciária da Papuda, onde estava preso preventivamente desde julho de 2016, para cumprir em regime domiciliar fechado a pena prevista em seu acordo de delação premiada. O local escolhido pelo analista financeiro foi sua fazenda em Vargem Grande do Sul (SP).
Após diversas tentativas frustradas de conseguir a progressão de regime, foi o próprio Funaro quem sugeriu o monitoramento da fazenda por câmeras de segurança. Foi a solução encontrada pela defesa para contornar a resistência inicial do magistrado, que apontava a falta de tornozeleiras eletrônicas em São Paulo e no Distrito Federal como um empecilho para que o doleiro deixasse a penitenciária.
No entanto, ao deferir a prisão domiciliar, o juiz impôs uma série de condições, entre elas o fornecimento do mapa de cobertura das câmeras. Mas, segundo o juiz substituto Soares Leite, a imagem fornecida pela defesa não cobre toda a área da propriedade, motivo pelo qual pediu um novo mapa.
O juiz substituto determinou também que seja feita uma consulta para saber se o Núcleo de Segurança da Seção Judiciária do Distrito Federal pode auxiliar no monitoramento das câmaras de Funaro, pois segundo o magistrado a 10ª Vara Federal não possui instalações ou pessoal disponível para tal.
Soares Leite ordenou ainda que um oficial de Justiça da Comarca de Vargem Grande do Sul (SP) compareça à fazenda de Funaro para fiscalizar se ele de fato está cumprindo a prisão domiciliar. Funaro é testemunha-chave em diversos processos envolvendo ex-deputados do PMDB, como Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima, entre outros. Ele é um dos delatores de diferentes esquemas de fraudes em financiamentos bilionários da Caixa Econômica Federal.