Leite pede ação federal contra crise gerada pela Covid-19

Leite pede ação federal contra crise gerada pela Covid-19

Governador destacou necessidade da União para mitigar turbulência fiscal que está por vir e defendeu programa de transferência de renda para a população de baixa renda e autônomos

Correio do Povo

Governador deu entrevista coletiva

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Em entrevista coletiva realizada pela Internet – a fim de evitar o contato humano, como forma de prevenção contra a Covid-19 – o governador Eduardo Leite decretou situação de calamidade pública e ressaltou a necessidade das autoridades em nível nacional terem postura firme perante a crise gerada pela pandemia. "Estamos trabalhando coordenados com os governadores para buscarmos junto ao ministro da Economia, ao presidente da República o apoio necessário. É indelegável a liderança do presidente neste momento. É fundamental que haja ação por parte do governo federal, que é quem pode emitir títulos de dívidas, moeda para dar socorro não apenas nos setores econômicos que serão atingidos, como também aos entes nacionais", considerou o chefe do Executivo gaúcho.

• Leia o decreto do governador na íntegra

O governador gaúcho pontou que a situação é "gravíssima, tanto no ponto de vista de saúde quanto econômico" e previu que haverá um choque na receita do governo do Estado com dificuldades fiscais. "Quem tem a capacidade econômica de atender é o governo federal e estamos trabalhando para que haja medidas no tamanho suficiente nesse momento que vamos viver", avaliou. Leite ressaltou que será preciso aporte de capital de giro para evitar "quebradeira de empresas e, consequentemente, a perda de milhares ou milhões de empregos no Brasil".

Leite lembrou que os entes federativos prestam serviços de saúde, mas também precisam de saúde financeira para manter a qualidade no que é entregue à população. "O fôlego e a capacidade dos governos subnacionais é muito limitado, portanto o governo federal precisa tomar providências, à luz do que está acontecendo em outros países, dar apoio suficiente para que não precisemos reduzir serviços que serão essenciais", disse.

Trabalhadores autônomos

Leite projetou que a população de baixa renda e trabalhadores autônomos serão os mais afetados pela restrição de circulação de pessoas. "Sem dúvida nenhuma precisa ser feito um programa de transferência de renda para essas pessoas, mas ele precisa ser liderado pelo governo federal. O estadual vai fazer o máximo que estiver ao seu alcance, mas isso, no volume que será necessário, demandará apoio do federal".

O governador disse que sua gestão já promoveu o descontingenciou de recursos para a área da saúde, para o pagamento aos hospitais. "O Banrisul já tem uma política de expansão de crédito de R$ 3 bilhões disponíveis a micro e pequenos empresários, R$ 11 bilhões a pessoas físicas", completou, classificando as ações como medidas importantes. Essas medidas foram anunciadas ontem.

Na colaboração com Brasília, o chefe do Executivo lembrou que pediu o fechamento das fronteiras com o Uruguai e a Argentina, tal qual os países vizinhos já fizeram durante a semana. "Estamos todos juntos e vamos superar esse momento grave da história da humanidade, mais do que da história do Rio Grande do Sul, e que nos deixa a lição de que temos de cuidar uns dos outros", finalizou.


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