Marchezan pede “bom senso” a vereadores e prefeitos sobre pacote de medidas para reduzir tarifa

Marchezan pede “bom senso” a vereadores e prefeitos sobre pacote de medidas para reduzir tarifa

“Se todas as nossas propostas forem reprovadas e não vier nenhuma factível, o cidadão vai pagar um alto custo por esse interesse eleitoral”, afirmou prefeito

Gustavo Chagas/Rádio Guaíba e Cláudio Isaías/Correio do Povo

Proposta de pedágio consta no pacote enviado por Marchezan à Câmara

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O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, defendeu nesta quarta-feira as mediadas do chamado pacote "Transporte Cidadão" e fez um apelo para que os vereadores da cidade aprovem as medidas – na segunda, a Câmara Municipal rejeitou um dos projetos, que previa a redução gradual do número de cobradores nas linhas da Capital. Na visão do tucano, o interesse coletivo deve ficar acima dos partidários e pessoais. O pacote prevê o estabelecimento de taxas e cobranças a fim de baratear a tarifa dos ônibus. 

"A gente sempre espera de homens públicos tenham bom senso. Seus partidos são importantes, ano eleitoral é diferenciado, mas esperamos que acima de tudo esteja o interesse da cidade. Porto Alegre já tem a tarifa mais alta e a expectativa é de ficar com tarifa recorde. Se todas as nossas propostas forem reprovadas e não vier nenhuma factível, o cidadão vai pagar um alto custo por esse interesse eleitoral", argumentou.

Marchezan também falou das críticas à proposta de cobrança de uma taxa de congestionamento de R$ 4,70, que seria destinada a veículos emplacados fora de Porto Alegre, em uma espécie de pedágio. Em nota assinada pelo Consórcio dos Municípios da Região Metropolitana, os prefietos das cidades vizinhas afirmaram que o impacto não fora mensurado pela Prefeitura da Capital.

"Uma preocupação deve ser além do usário de carro particular. Tem que cuidar e bucar nessa manifestação as empresas de transporte das cidades deles, cujos mais pobres pagam quase R$ 30 para vir e voltar da Capital. Acho que o debate do pedágio vai colocar esta preocupação na cabeça dos meus vizinhos", retrucou, sobre as críticas.

O prefeito de Porto Alegre sustentou que o projeto enviado à Câmara está sintonizado com os conceitos do mundo moderno e ainda afirmou que o Tesouro Municipal não deve subsidiar a passagem de ônibus. O chefe do Executivo completou que nem o mercado nem o ano eleitoral vão pautar o debate sobre o tema.

Vereador pede comissão especial na Câmara

Contrário à rapidez com que os seis novos projetos do Pacote do Transporte Coletivo apresentado pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior, ainda durante o recesso parlamentar e que motivaram a convocação extraordinária que acabou frustrada pela falta de quórum, o vereador Mauro Zacher (PDT) protocolou na segunda-feira um pedido de Comissão Especial para discutir as matérias “com o aprofundamento que merecem”. 

De acordo com o parlamentar de oposição ao atual governo, não se trata de ser radicalmente contra as propostas, mas é preciso tempo para que seja feita uma análise técnica das condições atuais do sistema e das consequências que, se aprovados, os projetos trarão para o conjunto da cidade. “Não podemos, simplesmente, jogar a conta para a maioria da população, sem apreciar o detalhamento dos projetos para que seja constatada, de fato, a necessidade da tomada de medidas como as que estão sendo sugeridas pelo prefeito”, disse.

Se aprovada pela Mesa Diretora, a Comissão Especial tem prazo de 60 dias, prorrogáveis por mais 30 dias para apresentar o relatório dos trabalhos que podem ser divididos em sub-relatorias. Integrarão a comissão 13 vereadores de acordo com a proporcionalidade das bancadas com assento no Legislativo e a presidência deve ficar com Zacher, autor do requerimento que solicitou a sua formação.   

Na sessão desta quarta, a Câmara de Vereadores não analisou ontem nenhum dos seis projetos do chamado pacote apresentado pela prefeitura. 


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