Ministro da Casa Civil diz que Lula pediu celeridade nas nomeações de cargos da União
Pedido ocorreu durante a reunião ministerial que durou 9 horas e 30 minutos no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta quinta (15)
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Após a reunião ministerial convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), realizada no Palácio do Planalto e que durou mais de nove horas, nesta quinta-feira (15), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, informou que Lula pediu aos integrantes do primeiro escalão do governo celeridade nas nomeações de cargos da União. Segundo fontes, há cerca de 400 postos ainda em aberto.
"O presidente reiterou para que todos apoiem e ajudem o ministro Padilha [Relações Institucionais], para materializar os compromissos que ele assumiu, uma vez que tem uma quantidade de cargos que foram indicados na negociação de composição do governo e os ministérios referentes às indicações ainda não colocaram no sistema. E o presidente fez o pedido para que isso seja feito o mais breve possível", afirmou Costa.
"Ele pediu para que apoiem Padilha e, com suas respectivas assessorias parlamentares, que atuem com atenção e colaboração com o ministro Padilha para azeitar essa relação", completou, se referindo à articulação política do Executivo junto ao Legislativo. Congressistas têm disparado críticas sobre as conversas com o governo e também se queixado da demora em liberar cargos nos estados.
Bastidores
Participam da reunião todos os ministros, com exceção de Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), que fez exames em um hospital de São Paulo, e Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), que cumpre agenda fora do Brasil. Em seus lugares, compareceram João Capobianco e Francisco Macena, respectivamente.
A ministra do Turismo, Daniela Carneiro, discursou por cerca de 17 minutos e defendeu seu trabalho e as ações tomadas à frente da pasta durante a reunião ministerial. Com o cargo ameaçado desde o mês passado, ela conseguiu adiar a demissão mesmo sob forte pressão do partido dela, o União Brasil. Lula e a titular se encontraram nessa terça (13) para discutir a situação política da ministra, e o chefe do Executivo decidiu não demiti-la naquele momento para poupá-la de uma saída conturbada.
Apesar de já ter dado o aval para a troca dela, o presidente tem uma boa relação pessoal com Daniela. Lula não quis simplesmente rifá-la do governo, o que poderia comprometer o prestígio que tem com a ministra, e buscou uma espécie de "saída honrosa" para ela. Se demitida, Daniela voltará à Câmara dos Deputados, onde promete dar apoio a Lula.
Na reunião, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou para os demais colegas para abrirem seus gabinetes a fim de receber parlamentares e, assim, facilitar a articulação política do Executivo junto ao Legislativo.
Deputados e senadores têm se queixado da demora nas nomeações para cargos na estrutura da União nos estados. Os congressistas também têm reclamado da atuação de Padilha, responsável pela articulação política com o Congresso, que reconhece a necessidade de atender aos pedidos dos parlamentares.
Ainda no encontro, Lula encomendou aos ministros Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e vice-presidente) e Fernando Haddad (Fazenda) novos estudos e levantamentos para uma eventual prorrogação do programa voltado para a venda de carros populares.
Não há data, por enquanto, para entrega dos estudos e levantamentos ao presidente. No início do mês, Lula editou uma medida provisória que criou faixas de descontos para veículos populares, que vão variar conforme critérios de sustentabilidade econômica, ambiental e nacional. O desconto mínimo é de 1,6%, e o máximo, de 11,06%. Em valores, o menor desconto mínimo é de R$ 2.000, e o maior, de R$ 8.000.