Ministro da Defesa defende a liberdade dos poderes

Ministro da Defesa defende a liberdade dos poderes

Em visita a Porto Alegre, ele falou sobre os protestos do domingo passado e da terça-feira contra o STF e Congresso

Eduardo Amaral

Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, durante visita ao Comando Militar do Sul

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As manifestações que pediram o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF), realizadas no domingo passado e na terça-feira, foram um dos temas abordados durante a visita do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, a Porto Alegre. Silva cumpriu agenda na cidade avaliando ações de combate ao novo coronavírus.

Durante a rápida coletiva de imprensa realizada no pátio do Hospital Conceição, Silva evitou polemizar o assunto. Ele destacou a posição do presidente Jair Bolsonaro. “O presidente em momento algum, no domingo (passado), foi favorável ou disse palavras em apoio a qualquer faixa que tinha (alusão ao golpe). A manifestação tinha vários significados, não só esse. Ele confirmou isso na segunda-feira na porta do Alvorada, pregando a democracia, a abertura plena do Legislativo e do Judiciário e o papel do Executivo.” Bolsonaro chegou a acompanhar um dos protestos, realizado em Brasília, onde manifestantes traziam cartazes e faixas pedindo a volta do AI-5 e fechamento do Congresso e STF.

Perguntado sobre como se sentia ao ver esse pedido por parte da população, que foi diretamente até a frente de quartéis do Exército, Silva voltou-se à Constituição. “O papel das Forças Armadas é ver o seu farol, qual o seu farol? É a sua missão, onde está sua missão? Está na Constituição no artigo 142, então é isso que a gente prega e vai seguir e assim que pensa nosso presidente.” O artigo citado pelo ministro determina que as Forças Armadas estão “sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.”

Silva ainda foi questionado sobre o fato de o STF ter determinado investigações a respeito das manifestações. Mais uma vez destacou a liberdade dos poderes e lembrou o fato de que Bolsonaro não é um dos investigados. “Não me cabe aqui julgar atitudes de outros poderes, na democracia o Judiciário é isso aí. O presidente não está a nada disso aí, então eu queria me deter à minha finalidade a visita aqui que são as ações de combate ao novo coronavírus.”


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