Ministro do Turismo diz que setor terá recursos de R$ 100 milhões do Fungetor para investimentos
Celso Sabino explicou que verbas poderão ser usadas para reformas, capital de giros e equipamentos. Além disso, apresentou planos para restabelecer viagens aéreas para o RS
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O ministro do Turismo, Celso Sabino, afirmou nesta que o setor será fundamental para a reconstrução econômica do Rio Grande do Sul após o socorro emergencial às vítimas das inundações. Em audiência na Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados, Sabino citou uma série ações da pasta em apoio aos empreendedores turísticos gaúchos, como a liberação de R$ 100 milhões do Fundo Geral do Turismo (Fungetur) para reformas, capital de giro e equipamentos.
O ministro disse ainda que todas as emendas parlamentares destinando recursos para obras no estado já estão pagas. E lembrou o lançamento da campanha “Não cancele, reagende”, para manter a perspectiva de retomada de visitação ao estado após a superação da tragédia.
Aeroportos
Segundo Sabino, outra ação está sendo desenvolvida em parceria com o Ministério de Portos e Aeroportos para restabelecer a conexão aérea no Rio Grande do Sul, diante da interdição do aeroporto Salgado Filho.
“O governo federal tem atuado para operar em aeroportos alternativos e já estamos chegando a praticamente 20% da oferta de assentos que havia antes dos eventos. Pretendemos chegar a 50% até o fim deste mês", comemorou o ministro. Para isso, outros aeroportos regionais estão tendo a frequência ampliada.
Sabino destacou ainda a operação de guerra na Base Aérea de Canoas para receber mantimentos, distribuir medicamentos e fazer o salvamento de pessoas. "Nós vamos transformar momentaneamente a Base Aérea de Canoas em um aeroporto comercial”, avisou.
Celso Sabino explicou que um shopping próximo vai servir de suporte para o check-in de passageiros, que serão transportados de ônibus até a pista da Base Aérea de Canoas para voos das três principais companhias aéreas do país.
Os aeroportos regionais de Canela e de Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, também deverão ter a operação ampliada. O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, confirmou que o Rio Grande do Sul vai merecer tratamento especial pós-tragédia e estará em destaque no Salão Nacional do Turismo, previsto para agosto, no Rio de Janeiro.
Importância do turismo
O presidente da Comissão de Turismo, deputado Paulo Litro (PSD-PR), elogiou as iniciativas do governo. “Obviamente que, em um primeiro momento, é buscar restabelecer serviços básicos, como saúde, água, luz, internet. Mas, a reconstrução do Rio Grande do Sul também passa pela questão turística", disse Litro, lembrando que o estado é o segundo a recebe mais turistas estrangeiros.
Pesquisa
Sabino apresentou aos parlamentares o resultado de uma pesquisa do ministério que aponta o setor como a terceira atividade econômica mais importante do País, empatado com indústria e agropecuária, atrás apenas de tecnologia e comércio.
A pesquisa mostrou ainda que 63% dos entrevistados acham que o potencial de exploração do turismo como atividade econômica é alto ou muito alto; 79% acreditam que a exploração do turismo pelas cidades tem mais benefícios do que prejuízos; e 88% reconhecem a importância do turismo para incrementar emprego, renda e economia no País.
Balanço do Ministério
Na audiência, o ministro Celso Sabino também apresentou o balanço das atividades e as novas metas da pasta. Comemorou, por exemplo, os números que apontam forte retomada do setor após a pandemia de Covid-19. Foram quase R$ 190 bilhões em faturamento e 214 mil empregos criados em 2023, com alta expressiva em relação a 2022.
Segundo ele, a melhoria da imagem internacional do Brasil pode ser medida pelo terceiro lugar obtido no ranking de atrativos naturais elaborado pelo Fórum Econômico Mundial. O país ficou atrás apenas de Austrália e México. Bonito, no Mato Grosso do Sul, foi reconhecido como o primeiro destino do mundo em ecoturismo de carbono neutro.
Mais turistas
Nos quatro primeiros meses deste ano, 2,9 milhões de turistas estrangeiros estiveram no Brasil – aumento de 7% em relação ao mesmo período do ano passado. Eles gastaram cerca de R$ 10 bilhões, o maior volume registrado desde 1995.
Mas Sabino tem novas metas nesse quesito. “A meta que estava sendo calculada em 8 milhões de turistas estrangeiros para 2027 será posta no Plano Nacional de Turismo acima de 10 milhões. Nós não vamos sossegar enquanto o Brasil não ultrapassar essa marca de 10 milhões de turistas estrangeiros”, avisou.
Além do Plano Nacional de Turismo e do Plano de Adaptação Climática para o setor, que estão em fase final de elaboração, o ministro pretende entregar, ainda neste ano, 622 obras de infraestrutura turística, a partir de investimentos de R$ 594 milhões. Ele também prevê outros R$ 650 milhões para financiamentos por meio do Fundo Geral do Turismo.